Morreu nesta sexta-feira (14), aos 84 anos, o cineasta Cacá Diegues, um dos precursores do movimento Cinema Novo. A informação foi confirmada em nota divulgada pela Academia Brasileira de Letras (ABL). A morte ocorreu em decorrência de complicações após uma cirurgia.
Carlos Diegues nasceu em 19 de maio de 1940, em Maceió (AL), e mudou-se na infância para o Rio de Janeiro. Inspirado pelo neorrealismo italiano e pela Nouvelle Vague francesa, ajudou a fundar o Cinema Novo, escola artística marcada pela crítica social e política, principalmente durante da ditadura militar no Brasil.
Ao longo de sua carreira, destacam-se diversas produções, entre elas Ganga Zumba (1964), Xica da Silva (1976), Bye Bye, Brasil (1980), Tieta do Agreste (1996), Orfeu (1999) e Deus é Brasileiro (2002). O Grande Circo Místico (2018) foi o último lançamento como diretor.
Em 2018, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras (ABL) na vaga do cineasta Nelson Pereira dos Santos.
“Sua obra equilibrou popularidade e profundidade artística, abordando temas sociais e culturais com sensibilidade. Durante a ditadura militar, viveu no exílio, mantendo-se sempre ativo no debate sobre política, cultura e cinema. A ABL expressa solidariedade à esposa, Renata Almeida Magalhães e aos filhos”, informou a nota divulgada pela ABL nas redes sociais.
Nesta edição especial do Mosaico, você ouve as canções "Bye Bye Brasil" (Chico Buarque), do filme "Bye Bye Brasil (1980), "Xica da Silva" (Jorge Ben Jor), do filme homônimo de 1976, "Nanã" (Moacir Santos e Mario Telles), do filme "Ganga Zumba" (1963), interpretada por Nara Leão, e "Tieta", canção composta por Caetano Veloso para o filme "Tieta do Agreste" (1996), interpretada por Caetano e Gal Costa.
Ouça ainda um trecho da entrevista que o cineasta concedeu à jornalista Roseann Kennedy na TV Brasil, em 1998, ano de lançamento do filme "O Grande Circo Místico”. A produção foi escolhida para representar o país na disputa por uma indicação ao Oscar 2019 na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
A lista dos nomeados foi divulgada em janeiro de 2019, mas Cacá ficou de fora. “Eu não faço do Oscar o juiz supremo do cinema brasileiro. Aliás, de nenhum filme do mundo, mas do brasileiro sobretudo. Quem julga a qualidade do filme é o espectador”, disse à TV Brasil.
*com informações da Agência Brasil