No Dia Internacional do Homem, celebrado nesta terça (19), Ediléia Martins conversou com o psicólogo Erick Botelho sobre os papéis do homem na sociedade atual. Entre os assuntos abordados, como o conceito tradicional de masculinidade afeta os meninos. Segundo ele, "no consultório e nas escolas, é possível compreender esses padrões que o homem precisa ter. Já começam na adolescência esses papéis. Aquele famoso 'menino não chora' ainda acontece. Os homens não procuram ajuda médica. Tem que manter esse papel de homem, de forte, mas que ainda é muito difícil para ele", analisa.
E quanto a expressar a afetividade? De acordo com o terapeuta, os meninos pagam esse preço ainda. Os homens e meninos têm dificuldade em demonstrar afeto: muitos não têm afeto com o pai, por exemplo. "Eu acho que esta geração está um pouco mais leve, mas ainda esse papel tradicional está muito presente. Essa influência do herói nos quadrinhos, o mais forte, o que salva a mulher. Essa 'regra' que ele não pode ser frágil, ter problema, buscar ajuda, dificulta muito e faz mal para as relações e para o próprio garoto", destaca Erick.
Na entrevista, ele observou que são os homens também que cometem mais violência, sobretudo os mais jovens. Para ele, é preciso modernizar essa questão, discutir, pois há muitos meninos sofrendo por conta desses papéis. O psicólogo afirma ainda que o machismo não é exclusividade dos homens - há muitas mulheres que reproduzem falas e comportamentos machistas.
Para Erick, "a gente precisa discutir o papel do homem e da masculinidade sim. Ter uma escuta para o masculino é de fundamental importância. Ninguém é mais ou menos homem porque tem uma fragilidade, um problema. A gente tem que romper esse paradigma do homem machão, forte, que dá conta de tudo e que não por acaso é o homem violento, que briga no trânsito. Tem escola fazendo esse trabalho de escuta da família, do adolescente".
E o que é afinal, a masculinidade saudável? Acompanhe a entrevista completa no player acima.
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