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Zico, artilheiro do Maracanã, conta melhor e pior momento no estádio

O 'Galinho de Quintino' detalha os momentos mais marcantes de sua

Zico, ídolo do Flamengo e considerado o maior jogador da história do clube, é também o maior artilheiro do Maracanã. Ele marcou 333 gols nas 435 partidas que disputou no estádio, que nesta terça-feira (16) completou 65 anos. Já Pelé é o jogador que mais marcou gols no Maracanã com a camisa da Seleção Brasileira: 30 gols em 22 partidas.

 

Clique no player acima e confira a entrevista em que Artur Antunes Coimbra conta ao Bate Bola Nacional suas memórias, os melhores e os piores momentos que passou no estádio  - que já foi o maior do mundo.

 

No primeiro jogo profissional de Zico pelo Flamengo, na época com apenas 18 anos, o craque já começou vencendo um Clássico dos Milhões: 2 a 1 sobre o Vasco, com direito a gol da vitória de Fio Maravilha no último minuto. Em seu primeiro jogo no elenco principal, Zico vestiu a camisa 9 e atuou como ponta-direita. Em 1971, o 'Galinho de Quintino' entrou no lugar de Buião, que era o titular da posição. Zico diz que o fato de o Flamengo não ter estádio próprio ajudou a conquistar o título de artilheiro e que o número de gols ainda poderia ser maior do que os oficialmente registrados.

 

"Estes 333 gols marcados poderiam ser até mais, porque eu não conto quando tem jogo das estrelas não. Se não, poderia ter aumentado aí. Fico feliz de ter feito uma história dentro deste estádio, que é um templo. É o maior estádio do mundo. Ao meu ver é o maior de magia, pode até não ser de quantidade, mas de magia não tenho a menor dúvida. É um estádio que mexe com os jogadores. Os jogadores famosos e consagrados sempre falam do que é jogar no Maracanã, do desejo de jogar no Maracanã e a gente acaba sendo privilegiado de sempre jogar ali", conta.

 

Melhor e pior momento de Zico no Maraca

 

O jogador conta que seu momento mais emocionante foi o tetracampeonato brasileiro, com a conquista do módulo verde da Copa União. A taça de 1987 foi a última levantada pelo Galinho no Flamengo, e não seria reconhecida pela CBF até 2011, quando foi oficializada como título brasileiro, ao lado do módulo amarelo, que apontou como representantes do Brasil na Libertadores de 1988 os times do Sport e do Guarani, respectivamente. Porém, logo em seguida, a CBF voltou atrás, reconhecendo somente o Sport-PE como único campeão de 1987 por ordem judicial e a disputa ainda segue até hoje.

 

"Eu registro um momento que foi mais pelo emocional. Foi aquela final do campeonato brasileiro de 87 contra o Internacional que eu estava com todos aqueles problemas no joelho e tinha que sair no meio do segundo tempo dos jogos. E a gente ganhando com todas as possibilidades de ser campeão. Eu já tinha saído do jogo e a torcida depois de gritar 'É Campeão!' parou e gritou o meu nome. Eu tive que voltar lá para agradecer. Foi emocionante. Um reconhecimento ao sacrifício e o esforço que eu fiz, especialmente naqueles quatro últimos jogos. Os dois contra o Atlético e os dois contra o Inter. De saber que eu estava com uma lesão grave no joelho. Tanto que, no dia seguinte, eu saí para Belo Horizonte para fazer mais uma cirugia no joelho. Pior ainda, estão querendo dizer que o Flamengo não é o verdadeiro campeão. Tanta porrada que a gente leva e querem dar o título para aqueles que disputaram o que foi quase uma segunda divisão. Então, aquele momento, foi um momento emocionante que eu jamais vou esquecer na torcida do Flamengo", garante.

 

O pior momento dele no Maracanã foi na final da Taça Guanabara de 1976, em que bastava Zico cobrar um pênalti e o Flamengo seria campeão. Entretanto, o goleiro Mazaroppi conseguiu defender o chute no lado direito e o Vasco se tornou campeão.

 

"[Meu pior momento foi] A perda de um pênalti em uma Taça Guanabara no início da minha carreira contra o Vasco. Ainda bem que depois ganhamos cinco seguidas. Pagamos com juros e correção.  Eu perdi e, se eu fizesse aquele gol, o Flamengo seria campeão da Taça Guanabara, mas eu perdi. Aquele momento eu era jovem e se eu não tivesse a força dos companheiros, da família e da própria torcida poderia gerar uma desconfiança, e é sempre ruim ter um fato como este no início da sua carreira. Mas eu consegui superar isto e talvez tenha sido um dos momentos mais tristes. E também o problema da contusão, aquela entrada no jogo contra o Bangu que poderia ter me tirado de vez dos estádios. Mas até que em questão de contusão, o jogo é esporte de contato, você está sujeito a isso, mas quando depende de você e você erra a tristeza acaba sendo maior", lamenta.

 

E um dos momentos mais especiais para Zico foi em 2014, quando já há muito tempo aposentado teve a oportunidade de realizar um sonho e dividir o gramado com o seu neto Felipe durante o Jogo das Estrelas.

 

"Isto é indescritível. Poder bater bola com o neto, estar junto dele dentro do campo, mesmo com alguns segundos. E família é uma coisa que eu prezo muito. É o que eu tenho de mais importante na minha vida e, graças a Deus, construí bem. E naquela hora estava o filho e o neto. Poucas pessoas têm essa oportunidade. Deus foi muito generoso comigo", afirma o eterno ídolo da torcida rubro-negra. 



Criado em 16/06/2015 - 20:22 e atualizado em 17/06/2015 - 15:03

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