Um livro recentemente lançado tem chamado a atenção pela força de seus versos e nomes: a antologia Poetas negras brasileiras, publicada pelo selo literário Ferina. São mais de 70 poetas, com idades entre 18 e 70 anos, de diferentes regiões do Brasil que escreveram suas dores, lutas, resistências ao preconceito, amores, paixões, medos, e tudo que ronda o universo de quem faz da poesia um instrumento de voz.
A curadoria, organização e coordenação da antologia é de Jarid Arraes, escritora e poeta cearense, nascida em Juazeiro do Norte, na região metropolitana do Cariri e que é autora de mais de 70 títulos de cordel, atém dos livros As lendas de Dandara, Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis, Um buraco com meu nome e Redemoinho em dia quente, de 2019, que recebeu prêmios da APCA e da Biblioteca Nacional, além de ter chegado como finalista do Jabuti.
Jarid Arraes teve a ideia de reunir somente poemas de mulheres negras e, para isso, abriu uma chamada pública em 2019 para que escritoras negras enviassem suas obras.
A quantidade de poemas recebidos foi tamanha que ela tomou a decisão de criar uma antologia e reunir todo esse material em livro lançado este ano. O poema de abertura é de Conceição Evaristo. Entre as várias poetas do livro estão Cristiane Sobral, Dandara Kuntê, Esmeralda Ribeiro, Isabela Alves, Mel Duarte, Nina Rizzi e a própria Jarid Arraes.
É um livro que fala de dramas que podem ser universais e também de questões únicas e profundas. São versos que refletem o que sentem e o que pensam mulheres negras poetas e escritoras. São 128 páginas de uma edição que conta ainda com ilustrações e projeto gráfico de Carolina Reis.
Fica a dica de uma leitura marcada por poetas que traduzem o seu tempo.