O compositor austríaco Franz Schubert (31 de janeiro de 1797 – 19 de novembro de 1828) foi um dos maiores compositores do início da era romântica.
Descrito pelo também compositor Franz Liszt como “o mais poético dos compositores”, Schubert compôs prolificamente, escrevendo músicas em quase todos os principais gêneros, e suas músicas estabeleceram um padrão insuperável por mais de um século. Sua vida foi curta e brilhante, passada quase inteiramente na cidade de Viena. Sua morte precoce, aos 31 anos, inspirou uma confusão de mitos sentimentais.
Ouça as melhores composições de Schubert na nossa playlist no Spotify:
Além desta seleção, disponível no nosso perfil no Spotify, a Rádio MEC também indica cinco vídeos essenciais para mergulhar e apreciar a obra de Schubert:
1) Sinfonia nº 9 em Dó Maior, d. 994, "A Grande"
É tida como sua obra máxima, e também a sua sinfonia mais pessoal. Escrita em 1825, a peça foi rejeitada pela Sociedade Filarmônica de Viena, por ter sido considerada "pesada e difícil". A sinfonia acabaria sendo recuperada por Robert Schumann, dez anos após a morte de Schubert, quando a partitura foi encontrada em meio a manuscritos guardados na casa do irmão do compositor. Ela seria apresentada ao público pela primeira vez em 21 de março de 1839, em Leipzig, na Alemanha, com a Orquestra da Gewandhaus, sob a direção de Felix Mendelssohn. Nesta interpretação, o maestro Claudio Abbado conduz a Orquestra de Câmara da Europa:
2) Quinteto em Lá Maior, D. 667, "A Truta"
É uma das peças mais conhecidas do repertório da música de câmara. Ela foi escrita em 1819, quando Schubert tinha apenas 22 anos, para o amigo e violoncelista amador Sylvester Paumgartner, que adorava a canção Die Forelle, escrita pelo próprio compositor dois anos antes. Com isso, surge o quinteto, trazendo uma série de variações sobre o tema da música. O quinteto “A truta” estreou em uma apresentação privada na casa de Paumgartner, e só foi publicado após a morte de Schubert, em 1829. O único manuscrito que Schubert tinha ficou com este amigo, sem que nenhuma cópia fosse feita. Aqui, ouça a peça com Aleyson Scopel (piano); Daniel Guedes (violino); Maciej Filochowsky (viola); David Chew (violoncelo) e Thibaut Delor (contrabaixo).
3) Impromptus
É uma série de oito peças para o piano, escrita por Schubert em 1827. Elas foram publicadas em dois conjuntos de quatro impromptus: o primeiro, o Op. 90, ainda durante a vida do compositor; o segundo, o Op. 142, foi publicado de maneira póstuma. Os Impromptus de Schubert são considerados um dos exemplos mais importantes do romantismo, gênero popular do início do século XIX. Ouça a série completa de Impromptus de Schubert, na interpretação da pianista Maria João Pires:
4) Quarteto de Cordas nº 14 em Ré Menor, "A Morte e a Donzela"
Tido como um dos seus melhores quartetos de corda e uma obra-prima do repertório de quartetos, o Quarteto nº 14 foi escrito em 1824, alguns anos depois de Schubert descobrir que tinha contraído sífilis, e entender que a doença poderia levá-lo à morte. Por isso, a obra, baseada em um poema do alemão Matthias Claudius, traz a figura da morte, que quer conduzir a donzela para o mundo dos mortos, e espelha sentimentos do compositor sobre a iminência de partir. Confira a interpretação do Quarteto Carlos Gomes, com Cláudio Cruz (violino), Adonhiran Reis (violino), Gabriel Marin (viola) e Alceu Reis (violoncelo):
5) Die schoene Muellerin (A Bela Moleira)
Este é um ciclo de 20 canções para piano e solo vocal, baseadas em poemas de Wilhelm Müller, e compostos em 1823. Os poemas contam a história de um jovem, que se apaixona por uma bela moleira - a filha do dono de um moinho. Entretanto, o músico acaba preterido por um caçador, e essa desilusão amorosa faz com que ele se afogue no rio que passa pelo moinho. Ouça: