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Identidade Ancestral: ouça o 13º episódio da série

Podcast da Rádio Nacional da Amazônia fala sobre as expressões artísticas dos povos indígenas

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Especiais

No AR em 27/01/2024 - 11:00

Rádio Nacional da Amazônia traz o décimo terceiro episódio do especial Identidade Ancestral, que fala sobre as expressões artísticas dos povos indígenas.

A música, o artesanato, a dança, a pintura corporal são manifestações artísticas tradicionais e carregadas de ancestralidade e significado. E os elementos culturais falam pela própria identidade indígena: "O que nos define enquanto indígenas é nossa cultura. É o fato de nós pertencermos a um povo originário, que mantenha uma relação de mundo, né? Dentro do seu território. E que mantenha essa relação viva. Povos indígenas, somos cultura viva", explica a artista visual Daiara Tukano.

A singularidade com que cada povo indígena se expressa reforça a diversidade cultural entre eles, mas, para o escritor Daniel Munduruku, há algo em comum entre as diferentes formas de fazer arte: "Tem um ponto de encontro entre elas, que se dá através da leitura da natureza ou da ideia do pertencimento à natureza. E é a partir da natureza que todas as manifestações artísticas elas passam a coexistir, né? O canto batendo o pé no chão, né? A pintura corporal utilizando tintas naturais, né? A musicalidade, a espiritualidade, que é um grande componente das culturas indígenas".

Criatividade, resilência, resistência, preservação e espiritualidade estão entre as particularidades das expressões artísticas indígenas: "A gente faz da arte uma forma de nos sintonizar, nos sincronizar cada vez mais com a natureza, né, que é essa a Grande Mãe. Tem um viés, digamos, de espiritualidade, né? E de sentimento, de pertencimento", pontua Daniel Munduruku.

Mas, cada vez mais, os indígenas transitam e ocupam espaços em lugares como o cinema, a literatura, a dramaturgia, a moda, as artes visuais e os diferentes estilos musicais - como o Brôs Mc's, o primeiro grupo de rap indígena do Brasil. "O rap, como uma manifestação artística, é o empoderamento. Mas também da gente demarcar espaços", diz Kelvin Mbarete, um dos integrantes do grupo.

"E é normal que a gente tenha acesso a todos os materiais e às todas as plataformas disponíveis. Isso não retira a essência de quem nós somos, né? E também não retira nossas expressões e a nossa tradicionalidade, né? Por mais que, por exemplo, eu possa fazer uma arte com laser, com projeção, vídeo mapping... enquanto essa arte está trazendo os elementos da minha cultura, da minha cosmovisão - que é extremamente antiga -, essa arte pode ser profundamente contemporânea, sem deixar de ser profundamente tradicional", defende Daiara Tukano.

Ouça no player acima o episódio na íntegra. 

SOBRE

Em formato de podcast, a primeira temporada do Identidade Ancestral contou com 13 episódios, que estão disponíveis no site das Rádios EBC (clique para ouvir). Os episódios falaram sobre os povos indígenas antes e em 1500, violência e resistência, demarcação de terras, retomada territorial, desintrusão, movimentos indígenas, indígenas na política, indígenas em contexto urbano, indígenas isolados ou sem contato, línguas indígenas, uso das tecnologias, influenciares e comunicadores indígenas e expressões artísticas dos povos indígenas.

 

Este episódio teve depoimentos de (por ordem alfabética):

Daiara Tukano é indígena do povo indígena Yé'pá Mahsã - mais conhecido como Tukano. É artista visual, ativista pelos direitos culturais dos povos indígenas, educadora e comunicadora. Daiara é graduada em Artes Visuais e mestre em Direitos Humanos pela Universidade de Brasília e pesquisa o direito à memória e à verdade dos povos indígenas. Foi coordenadora da Rádio Yandê, primeira web-rádio indígena do Brasil e é representante da sociedade civil - representando os povos indígenas - no Conselho Nacional de Cultura.

Daniel Munduruku, do povo Munduruku, é escritor, educador e ator. Tem 65 livros publicados por editoras do Brasil e do exterior - com foco na literatura infanto-juvenil e em livros paradidáticos. É formado em Filosofia, tem licenciatura em História e Psicologia, é mestre e doutor em Educação pela Universidade de São Paulo e pós-doutor em Linguística pela Universidade Federal de São Carlos (UFScar). Vencedor do Prêmio Jabuti em 2004 e 2017.

Kelvin Mbarete é do povo Guarani-Kaiowá, da aldeia Bororó, na cidade de Dourados, no Mato Grosso do Sul. Kelvin é MC, beatmaker, compositor e integrante do Brô Mc's, o primeiro grupo de rap indígena do Brasil. Ele também se define como "artígena e artivista" pelas causas indígenas.

 

Ficha técnica:

- Roteiro, produção, entrevistas e edição: Nathália Mendes

- Sonoplastia: Messias Melo

- Conceito: Tânia Cerqueira

- Trilha sonora: Marcus Viana

- Coordenação: Taiana Borges

Criado em 01/02/2024 - 08:29

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