As nuvens não representam mais uma barreira para os órgãos que monitoram o desmatamento e outros crimes ambientais na Amazônia Legal.
O projeto Amazônia SAR, um radar coordenado pelo Ministério da Defesa, vai acompanhar cerca de 950 mil quilômetros quadrados da Amazônia, de outubro a abril.
O período apresenta as condições climáticas mais difíceis para a observação e fiscalização das florestas, por causa dos altos índices de chuva. No entanto, o radar funciona com pulsos de ondas eletromagnéticas, capazes de ultrapassar barreiras físicas, como as nuvens.
A iniciativa começou a ser implantada em 2013, mas devido ao alto custo, o ministério encontrou dificuldades para manter o projeto.
Nesta segunda-feira (20), o Ministério da Defesa fechou parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A instituição financeira vai repassar quase R$ 64 milhões de reais para o projeto, por meio do Fundo Amazônia. Outros R$ 16,6 milhões são do Orçamento da União. O valor é para a contratação de um radar orbital de fornecedores internacionais.
O ministro da Defesa, Jaques Wagner, explicou que a tecnologia vai apresentar informações mais precisas:
“Com essa aquisição, de um novo tipo de sinal, nós vamos estar com a informação precisa, e portanto com muito mais eficácia no combate a qualquer tipo de desmatamento na Amazônia.”
O sistema deve entrar em operação em outubro. As imagens captadas pelo radar vão ser repassadas para o Ibama e a partir daí, o Instituto poderá montar as operações de fiscalização. Garimpo ilegal e pistas de pouso clandestinas também vão ser captados pelo sistema.
Confira ainda no Repórter Amazônia desta segunda-feira (20): onda de assassinatos preocupa moradores de Manaus, no Amazonas; Estatuto da Igualdade Racial completa cinco anos. E mais: cavalgada da Expoacre está com novas regras. O Repórter Amazônia é uma produção da Rede de Rádios Públicas da Amazônia e vai ao ar, de segunda a sexta-feira, às 18h30 pela Rádio Nacional da Amazônia.