Nos últimos meses manifestantes deram início a protestos em Hong Kong. A revolta contra a possível extradição de um morador da cidade acusado de assassinato para cumprir pena na China continental foi o estompim das manifestações. Para entender melhor as implicações geopolíticas dos atritos entre a população da ilha, que, por muito tempo sob domínio inglês, foi devolvida à China em 1997, e o governo central, o Revista Brasil conversou com o professor de Direito da FGV do Rio, Evandro Menezes de Carvalho.
Para o professor, a possibilidade de que a extradição de cidadãos de Hong Kong torne-se lei e prática corrente acende no povo um temor pela perda de autonomia. "Quando a Inglaterra concordou em devolver Hong Kong à soberania chinesa entendeu-se que se daria à cidade a prerrogativa de permanecer por 50 anos no sistema capitalista", explica o professor. "Há um certo temor que depois de 2047, quando esse prazo termina, Hong Kong seja complemente absorvida pelo sistema chinês."
Evandro avalia que caso os protestos evoluam para reivindicações separatistas a adoção de respostas mais duras do governo aos manifestantes torna-se mais provável. "A China não vai assistir sentada movimentos independentistas", afirma.
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