Cotidiano conectado nas cidades: são onipresenças no planeta. Barreiras derrubadas e, na aparente homogeneidade das informações tecnológicas, o inglês reina. Embora esse planeta todo plugado em redes virtuais possa incentivar distâncias... ironia essa se tudo é virtual: está tão perto e também tão longe.
Este é apenas um desenho de panorama que se quer preponderante, mas existem outros, talvez menores, ou apenas mais discretos. No Ocidente, sem alarde, 2016 dando lugar a 2017 se pode assistir à contínua renovação do repertório dos clássicos.
Não é movimento recente -- na verdade já vem acontecendo: nas salas de concerto, nos palcos de festivais, a formação não apenas de compositores e música de vanguarda mas também intérpretes que se dedicam a mergulhar nas influencias do jazz, pop, world music, sem esquecer a tradição da música clássica.
Com este tipo de movimento, um grupo como o Kronos Quartet ou Bang on a Can conjuga no mesmo concerto sua versão de "Purple Haze", do Hendrix, com música de Golijov. Ou ainda, temos virtuosos como o guitarrista Stanley Jordan tocando na guitarra sua adaptação do concerto para piano número 1 de Mozart poderia irritar os puristas, embora possa ser bela porta de entrada para despertar interesse. Como também acontece ao contrário: um sucesso de Bob Dylan, como "All along the watchtower" pode se tornar parte do repertório de um quarteto de cordas. Esses e outros exemplos neste programa.