Como as crateras da Lua foram foradas? Dois artigos publicados recentemente revelam resultados importantes para a compreensão e revisão dos processos que levaram à formação das crateras observadas na superfície lunar. Os trabalhos contam a participação de pesquisadores do Observatório Nacional, e de institutos de pesquisa dos Estados Unidos, França e República Tcheca.
O Ciência no Rádio conversa com o pesquisador e diretor-substituto do Observatório Nacional, dr. Fernando Roig, um dos autores do estudo. A intenção do estudo era entender como tinham se formado as chamadas bacias lunares - crateras que tem diâmetro maior do que 300 quilômetros -, cuja origem ainda é controversa entre os estudiosos.
Estas bacias lunares teriam se formado por impactos de grandes objetos, de aproximadamente dez a 30 quilômetros de diâmetro, que aconteceu em um passado remoto: "Os astrônomos tentavam entender de onde que tinha vindo toda esta quantidade de objetos, que teriam impactado a superfície lunar no passado. Essa ideia ficou conhecida como o bombardeio pesado tardio da Lua: de 500 a 600 milhões de anos depois que a Lua se formou, ela sofreu uma enxurrada de impactos na sua superfície que criou praticamente todas as crateras que a gente observa hoje na superfície lunar. Depois disso, o número de impactos posteriores tem sido irrelevantes".
O que os cientistas propunham é que esta fonte de projéteis que impactaram a Lua de repente teriam sido asteroides, que saíram da região que se encontram atualmente (entre as órbitas de Marte e Júpiter), e teriam ido parar no sistema solar interior. O achado do estudo foi apontar que resíduos da formação de planetas terrestres (como a Terra, Marte, Vênus e Mercúrio), aos poucos, foram impactando a superfície do nosso satélite e criando as bacias lunares.
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O podcast do quadro Ciência no Rádio, parceria da Rádio MEC com o Observatório Nacional, vai ao ar dentro do programa Rádio Sociedade.
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