Altamira, no Pará, lidera a lista dos municípios com mais de 100 mil habitantes mais violentos em 2015. Foram 114 homicídios e dois registros de Mortes Violentas com Causa Indeterminada.
A informação faz parte do Atlas da Violência 2017 divulgado nesta segunda-feira (5). Um estudo do Ipea – Instituto de Pesquisa Aplicada – em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com dados dos anos de 2005 a 2015. As análises são baseadas nos dados do SIM – Sistema de Informação sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde, além do 10º anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Ao comparar a cidade paraense com o município considerado mais pacífico – Jaraguá do Sul, em Santa Catarina – a publicação afirma que devem ser levadas em consideração as profundas diferenças entre as duas localidades relacionadas aos índices de desenvolvimento humano.
Outro ponto considerado no aumento da criminalidade é o crescimento econômico. No caso de Altamira, a construção da usina de Belo Monte fez com que ele fosse rápido e desordenado.
Com foco nos estados, o Maranhão aparece entre aqueles com a maior taxa de homicídio no Brasil entre 2010 e 2015: quase 53%. Em 2014 e 2015 foram pouco mais de 2,4 mil casos em cada ano.
Outro dado que chama a atenção para a Amazônia se refere aos dados relacionados a taxa de homicídio de mulheres. No Maranhão, o estudo aponta um aumento de 124% entre os anos de 2005 a 2015. Levando em consideração apenas 2015, Roraima e Mato Grosso junto com Goiás encabeçaram a maior prevalência desse tipo de crime.
O estudo traz ainda um recorte por raça. Entre 2005 e 2015, enquanto a mortalidade de mulheres não negras registrou índice de cerca de 3 mortes para cada 100 mil mulheres; entre as negras a taxa é de cinco mulheres mortas a cada 100 mil. Entre os estados com as maiores taxas de letalidade estão Mato Grosso e Rondônia.
De acordo com a pesquisa, os dados apresentados revelam um quadro grave e indicam que muitas dessas mortes poderiam ter sido evitadas.
O documento pode ser acessado na íntegra na página Ipea.
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