Desde sua primeira transmissão, em 1977, a Rádio Nacional da Amazônia exerce um importante papel social a moradores de áreas rurais, ribeirinhas e fronteiriças. A ouvinte Ruth de Freitas, moradora do município de Brasil Novo, no Pará, é o exemplo vivo disso: "Quando eu tive meu filho mais velho, o pessoal falava que meu leite era fraco, ele chorava muito e eu comecei a fazer mingau. E aí, quando eu comecei a ouvir a rádio, eu ouvi sobre amamentação, e daquele dia em diante eu aprendi que é importante a gente amamentar a criança", contou.
Assim como Ruth, milhares de ouvintes já acessaram alguma informação relevante que fez diferença na própria vida e no dia a dia da comunidade.
Em locais de difícil acesso, muitas vezes, a rádio é o único meio a oferecer notícia com credibilidade. O procurador do Ministério Público Federal, Felício Pontes, atuou muitos anos na Procuradoria da República no Pará. Ele destaca a parceria da Rádio Nacional da Amazônia na região.
"É a minha rádio favorita, tenho que dizer isso. Porque é uma rádio que nos ajuda muito nessa imensidão da Amazônia. Muitas vezes tive que acionar a Rádio Nacional pra que me ajudasse na comunicação com povos indígenas, com povos quilombolas. Muitas vezes tivemos que fazer reunião, cancelar reunião, alterar datas de reuniões e não tínhamos como entrar em contato com as comunidades que estavam preparadas pra nos receber ansiosamente. E foi só através da Rádio Nacional que nós conseguimos isso."
Indígenas e outros integrantes de populações tradicionais enxergam na Rádio Nacional da Amazônia a possibilidade de divulgação de pautas importantes, muitas vezes ignoradas por outros meios de comunicação, como ressalta a liderança indígena Sônia Guajajara.
"A Rádio Nacional pra gente, assim, sempre teve uma abertura muito grande. Estando em Brasília ou não, a gente sempre pode levar a nossa demanda, apresentar a nossa pauta de forma muito tranquila, de forma muito autônoma. É um canal que realmente contempla aquilo que a gente quer dizer, sem censura."
Comunidades tradicionais, meio ambiente, agricultura familiar, saúde, economia educação. Diariamente, esses e outros temas são abordados pela Nacional e entram nas casas amazônicas numa relação de confiança mútua, por meio dos programas e do radiojornalismo feito na emissora. Um verdadeiro trabalho de comunicação pública feito há 40 anos.
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