O último dia antes da votação da denúncia de corrupção passiva contra Michel Temer foi marcado por articulações de deputados contra e a favor do presidente.
Os partidos da oposição prometem não registrar presença no início do dia para adiar a votação para o final do dia. Eles esperam contar com o apoio de deputados da base aliada que vão votar contra o presidente, principalmente os do PSDB.
O deputado Júlio Delgado (PSB) disse que a oposição está unida para não dar quórum na parte da manhã.
Segundo o deputado, a oposição tem maioria, algo em torno de 240 votos, número ainda insuficiente para autorizar o julgamento da denúncia, pois são necessários 342 votos.
Os partidos da oposição também pedem mais tempo para debater no Plenário. Segundo o rito divulgado pela Câmara, após quatro falas com o quórum de 257 presentes, já se pode votar o requerimento pedindo o encerramento da discussão.
O presidente Rodrigo Maia disse que não pode mudar o rito porque não foi feito acordo.
O governo segue tentando convencer os deputados da base aliada que vão votar a favor da denúncia para que apareçam e marquem presença. O deputado Beto Mansur (PRB) diz que o governo tem número suficiente para barrar a denúncia, 280 votos, mas ainda precisam do quórum para votar a matéria.
Para abrir a ordem do dia da sessão plenária é preciso quórum de 257 deputados. Para votar, é necessária a presença de 342 parlamentares. Essa é a primeira vez que um presidente responde por crime comum durante o mandato. Michel Temer é acusado de receber vantagens indevidas para atuar a favor da empresa JBS.
Da Rádio Nacional em Brasília, Lucas Pordeus León.
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