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Temer é denunciado ao STF por obstrução de justiça e organização criminosa

A quatro dias de encerrar o mandato, procurador geral da República denuncia Michel Temer e cúpula do PMDB por formação de organização criminosa e obstrução da Justiça

Por volta das cinco e meia da tarde, o procurador-geral da república, Rodrigo Janot, tornou pública uma nova denúncia contra o presidente Michel Temer e o grupo que ele chamou de PMDB da Câmara, que inclui os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, os ex-ministros Geddel Vieira Lima e Henrique Alves e os ex-deputados Eduardo Cunha e Rodrigo Rocha Loures.

Segundo a denúncia, eles praticaram ações ilícitas em troca de propina, utilizando para isso diversos órgãos públicos, como Petrobras, Furnas, Caixa Econômica, Ministério da Integração Nacional e até a Câmara dos Deputados. O esquema teria movimentado cerca de 587 milhões de reais em propina.

Janot acusa Michel Temer de ser o líder da organização criminosa desde maio de 2016.

O Presidente da República ainda é acusado de obstrução de Justiça. Ele teria incentivado o empresário Joesley Batista a pagar, com ajuda do empresário Ricardo Saud, vantagens para Roberto Funaro, com o objetivo de impedir que seu irmão, Lúcio Funaro, fizessem acordo de delação premiada. Lúcio é apontado como operador financeiro do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.

Joesley Batista e Ricardo Saud também são acusados de obstrução da justiça. A acusação contra os dois empresários foi possível por causa da rescisão do acordo de delação premiada feita por eles, já que dois omitiram informações em seus primeiros depoimentos ao Ministério Público Federal. As informações dadas por Lúcio Funaro já estão incluídas nesta denúncia apresentada na tarde desta quinta-feira (14).

Agora, a Suprema Corte envia a acusação para a Câmara dos Deputados que deverá decidir se autoriza ou não o Judiciário a instaurar o processo.

Se os parlamentares aceitarem, caberá então aos 11 ministros do Supremo decidirem se Temer vira réu. Em recente entrevista à Band TV, o presidente negou ter medo de uma nova denúncia. Disse que não tinha nenhuma preocupação e que o caso seria tratado pelos advogados dele.

Esta é a segunda denúncia contra Temer. Na primeira, encaminhada ao Supremo em junho, o presidente foi denunciado por corrupção passiva.

Janot apresentou o documento com base nas delações de executivos da J&F. À época, o procurador afirmou que Temer usou o ex-assessor especial da Presidência, Rodrigo Rocha Loures, para receber vantagens indevidas. Mas Temer negou as acusações.

No início de agosto, a Câmara dos Deputados rejeitou o prosseguimento da denúncia. E agora, assim como no primeiro caso, o Supremo Tribunal só pode analisar a questão se, ao menos, 342 deputados admitirem as acusações.

Criado em 14/09/2017 - 19:56 e atualizado em 14/09/2017 - 19:23

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