A leitura do relatório começou um pouco depois das 16h desta terça-feira (10). O deputado Bonifácio de Andrada pediu o arquivamento da denúncia do Ministério Público Federal contra Michel Temer, Eliseu Padilha e Moreira Franco. Os três foram acusados de organização criminosa, mas para o relator a denúncia não traz provas e nem tem respaldo na lei.
O relator disse que não há na acusação provas contra os presidentes Lula e Dilma Rousseff, que foram, segundo ele, amplamente mencionados pelo Ministério Público no documento. Bonifácio também desclassificou a acusação de obstrução de Justiça contra o presidente Temer, que teve origem na delação premiada de Joesley Batista. E disse que atuação dos ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco eram atividades políticas partidárias e não configuravam crime de organização criminosa. Ele chamou as delações premiadas de espúrias.
O relator fez críticas ao aumento do poder do Ministério Público e disse que os poderes legislativo e executivo estão enfraquecidos perante a atuação do MP em conjunto com a Polícia Federal e Poder Judiciário. No fim de seu parecer, Bonifácio ressaltou que atualmente, o presidente tem, na prática, poderes reduzidos.
Agora, os advogados de Temer, Moreira Franco e Eliseu Padilha devem fazer a defesa de seus clientes. É possível que esta etapa continue até esta quarta-feira. A previsão é que a discussão e votação aconteça apenas no dia 17 de outubro.
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