Na semana em que a Câmara vai votar a autorização para que o STF investigue Michel Temer, o presidente da República enviou uma carta para os deputados defendendo sua inocência diante das acusações da Procuradoria Geral da República.
Temer diz que está em curso uma conspiração para derrubá-lo da presidência, na qual estariam envolvidos o ex-procurador geral da república Rodrigo Janot, os empresários Joesley Batista e Ricardo Saud, além de Lúcio Funaro, autor da delação premiada que embasa a segunda denúncia da PGR contra Temer.
Temer cita o áudio da conversa entre Joesley Batista e Ricardo Saud, entregue por engano para a PGR, como prova da conspiração e cita declarações do ex-deputado Eduardo Cunha para se defender.
O presidente menciona que, segundo Cunha, sua delação premiada foi rejeitada porque o ex-deputado não teria aceito incriminar Temer, e ressalta também que as afirmações de Lúcio Funaro seriam mentirosas. Funaro é suspeito de ser o responsável por operar financeiramente a propina arrecadada por Cunha.
A carta tem quatro páginas e Temer enumera vários indicadores econômicos, como inflação, taxa selic, produção de veículos e postos de emprego, para defender que seu governo está melhorando a situação do país.
Nesta terça-feira (17), os deputados membros da Comissão de Constituição e Justiça começam a fase de discussão da denúncia feita pela PRG que acusa Temer de liderar uma organização criminosa envolvendo outros membros do PMDB e que teria movimentado cerca de 587 milhões de reais em propina, utilizando para isso diversos órgãos públicos, como Petrobras, Furnas, Caixa Econômica, Ministério da Integração Nacional e até a Câmara dos Deputados. A votação deve ocorrer na quinta-feira.
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- Irmãos Batista viram réus por uso de informação privilegiada e manipulação de mercado
- Brasil poderá erradicar a fome até 2030 se investir em políticas públicas, diz FAO