O Brasil lidera nas Américas a contagem de defensores de direitos humanos assassinados. De acordo com um relatório da Anistia Internacional somente entre janeiro e agosto deste ano foram 58 mortos uma quantia bastante próxima dos 66 casos ocorridos no ano passado. Os números se referem a tragédias como a Chacina de Pau D'arco, no Pará, em que 10 agricultores foram assassinados. E como a morte da ativista transgênero, Mirella de Carlo, em Minas Gerais.
Além de ser o pais mais perigoso para defensores dos Direitos Humanos do continente americano os casos registrados em 2016 representam 23 % de todas as mortes perpetradas no mundo ao longo do ano. A assessora da Anistia, Renata Neder afirma que a omissão dos governo contribui para as mortes, porque elas geralmente são precedidas de outras formas de violência.
A assessora da anistia complementa ainda que o Brasil chegou a criar um programa nacional de proteção a defensores, mas ele foi desmontado antes de ser plenamente implementado e pede uma resposta institucional urgente diante do aumento de casos registrados a cada ano.
Desde 1998, quando foi adotada a declaração sobre defensores de direitos humanos, estima-se que cerca de 3.500 ativistas foram mortos em todo o mundo. Em 2014 foram 136, já em 2015 foram 156 e em 2016 foram mortos 281 ativistas, o que mostra uma piora consistente. A América já concentra mais de três quartos desses casos e quase metade dos mortos estavam envolvidos na luta pela terra, por territórios, ou em questões ambientais.
Em nota, o Ministério dos Direitos Humanos informou que "o programa de proteção aos defensores de direitos humanos tem atuado no atendimento e acompanhamento dos casos de ameaça e defensores em todo o território nacional, Segundo o órgão, atualmente, 342 ativistas estão no programa.