Professores e estudantes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) criticaram e questionaram as conduções coercitivas da operação Esperança Equilibrista, deflagrada nesta quarta-feira (6), pela Controladoria Geral da União e Polícia Federal, na instituição.
Segundo a CGU, a operação busca investigar o desvio de quase R$ 4 milhões destinados à implantação do Memorial da Anistia Política do Brasil. A ideia é preservar e propagar a memória política do País, durante a ditadura civil-militar.
Ao todo, foram cumpridos onze mandados de busca e apreensão e nove de condução coercitiva cumpridos na operação, que investiga os crimes de peculato, falsidade ideológica e associação criminosa. Depois da operação, a comunidade acadêmica da Universidade emitiu uma nota em que questiona a condução coercitiva do reitor da instituição, Jayme Ramirez, e outros acadêmicos e ex-acadêmicos. A ação dos agentes da Polícia Federal também foi considerada “ostensiva”.
A professora Iola Gurgel, do Departamento de Medicina, classificou a denúncia como “vaga e inacreditável”.
Acadêmicos contrários à operação fizeram uma comparação com o ocorrido na Universidade Federal de Santa Catarina, onde foi deflagrada a Operação Ouvidos Moucos, em setembro deste ano. Na época, o reitor afastado, Luiz Carlos Cancellier, acusado de desviar verbas da instituição, foi preso e liberado. No início de outubro, Cancellier foi encontrado morto em um shopping de Florianópolis com indícios de suicídio.
Entidades e parlamentares criticaram e demonstraram preocupação com a condução de operações envolvendo reitores de universidades.
O Ministério da Justiça informou que não comenta operações da Polícia Federal. A CGU não se pronunciou. E em nota, a Polícia Federal afirma que agiu de acordo com as normas de Operações Policiais.
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