Você sabia que Galo bota ovo? Bom, pelo menos o Galo da Madrugada, reconhecido como maior bloco de carnaval do mundo pelo Guiness Book. Com o sucesso desse símbolo da folia pernambucana, pessoas de todas as regiões do Brasil criaram os filhos do Galo, blocos que homenageiam a tradição do Recife.
A nossa viagem para conhecer essa filharada vai do rio Capiberibe, no Recife, ao rio São Francisco, em Alagoas, passando pela costa da capital alagoana, Maceió. O Pinto da Madrugada anima o pré-carnaval da cidade há 17 anos, segundo o diretor Herman Braga.
E é na cidade histórica de Penedo, à beira do São Francisco, que a conexão Alagoas-Pernambuco ganha seu último elo. Há 10 anos, o Ovo da Madrugada leva seu boneco gigante para desfilar entre casarões históricos. Um jeito que os fundadores encontraram para resgatar o carnaval no interior.
E tem outro interior, lá no Norte do País, que também foi influenciado pelo Galo. Desta vez, o bicho mudou, virou Sapo da Madrugada, juntando um animal comum de Manacapuru, no Amazonas, com a memória de infância de Ailton Andrade, criador da brincadeira. E até tem frevo, mas o diferencial são as cirandas típicas da cidade, transformadas em marchinhas.
Tem também bloco que nasce da saudade. De pernambucanos que vivem em outros estados e querem repetir a folia de outros tempos. Essa é a história do Galo de Manaus, segundo Théo Alves, organizador do bloco.
No Distrito Federal, o Galo tem apelido carinhoso, é o Galinho de Brasília. Segundo Romildo de Carvalho Júnior, um dos fundadores, começou como uma brincadeira em 1992, quando o governo Collor confiscou a poupança dos brasileiros e os pernambucanos ficaram sem dinheiro para pular carnaval no Recife.
E assim os filhos do Galo se espalharam pelo Brasil. Ainda tem bloco em Rondônia, no Piauí, no Rio Grande do Norte, na Paraíba, no Rio de Janeiro, em Goiás e no Rio Grande do Sul. A primeira cria no exterior também já nasceu! É o Galo na Neve, do Canadá.
Ouça o Repórter Nacional (7h) desta sexta-feira (9) na íntegra:
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