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Rios e igarapés do Pará estão com níveis de metais tóxicos acima do permitido

A informação consta no segundo relatório técnico do Instituto Evandro Chagas sobre denúncia de impactos ambientais e riscos à saúde humana nas atividades de processamento de bauxita da empresa Hydro Alunorte

Repórter Nacional

No AR em 29/03/2018 - 07:00

Pelo menos nove rios e igarapés do Pará estão com níveis de metais tóxicos acima do permitido, após vazamento em depósito de rejeitos tóxicos de mineradora em Barcarena. A informação consta no segundo relatório técnico do Instituto Evandro Chagas sobre denúncia de impactos ambientais e riscos à saúde humana nas atividades de processamento de bauxita da empresa Hydro Alunorte, divulgado nesta quarta-feira (28).

O resultado dessa contaminação é água imprópria para consumo humano e pesca em diversas áreas analisadas. Marcelo Oliveira, pesquisador do Instituto Evandro Chagas, afirmou que a contaminação se espalhou por vários rios. As amostras de água foram coletadas entre os dias 25 de fevereiro e 8 de março.

Segundo o pesquisador, o instituto já monitorava a qualidade da água na região e o aumento do volume de metais tóxicos coincide com o lançamento de rejeitos feito pela Hydro em fevereiro após fortes chuvas na região.

De acordo com o relatório, há níveis consideráveis de arsênio, chumbo, manganês, zinco, mercúrio, prata, cádmio, cromo, níquel, cobalto, urânio, alumínio, ferro e cobre.

Os dados do Instituto Evandro Chagas apontam que o levantamento de auto monitoramento apresentado pela empresa, para comprovar o despejo controlado e sem risco, por canais irregulares, por onde passavam efluentes não tratados, são falhos e insuficientes.

O médico e pesquisador do Instituto Evandro Chagas, Marcos Mota, destacou que ainda é preciso investigar mais sobre os danos provocados à saúde dos moradores das comunidades atingidas.

O relatório recomenda que a água potável continue a ser disponibilizada até o final do período de chuvas a comunidades como Bom Futuro e Jardim dos Cabanos, abastecidas pelo rio Murucupi. Indica também que essa disponibilidade precisa ser ampliada para os municípios de Barcarena e Abaetetuba nas localidades banhadas por outros rios afetados.

Para o Instituto, as águas superficiais e de consumo humano no entorno do empreendimento da Hydro devem ser continuamente bio monitoradas pela empresa.

A Hydro informou que ainda não teve acesso ao conteúdo integral do relatório e que vai analisar o material antes de se pronunciar.

Disse ainda que em abril vai apresentar as conclusões de uma análise interna e outra independente, para esclarecer todos os fatos relevantes em torno dos descartes de águas da chuva e águas superficiais da área da refinaria de alumina.

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Criado em 29/03/2018 - 10:57

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