Em 2016, pela primeira vez na história, a taxa de homicídios no Brasil superou 30 mortes por 100 mil habitantes, o que equivale a marca recorde de 62.517 assassinatos no ano. A taxa é 5% maior do que a registrada em 2015 e está 30 vezes acima da média dos países europeus.
Os dados constam no Atlas da Violência 2018, estudo organizado em parceria entre o Fórum Brasileiro de Segurança Pública e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e divulgado nesta terça-feira (5).
O pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, David Marques, ressalta que o nível de violência letal vem aumentando e que a distribuição não se dá de forma homogênea. Os jovens, sobretudo os homens, continuam morrendo no Brasil.
Todos os estados que lideram a taxa de mortes no país estão no norte ou no nordeste, com destaque para Sergipe, Alagoas e Rio Grande do Norte.
No recorte de raça, a população negra, mais uma vez, foi a que mais sentiu os efeitos da violência. No período de 10 anos, entre 2006 e 2016, a taxa de homicídios de indivíduos não negros diminuiu 6,8% enquanto a vitimização da população negra aumentou 23,1%.
Em 2016, a taxa de homicídio foi de 40,2% para indivíduos negros e de 16% para o resto da população. Ou seja, 71,5% das pessoas que são assassinadas a cada ano no país são pretas ou pardas. O Atlas, segundo o pesquisador, David Marques, revela duas realidades. É como se negros e não negros vivessem em países completamente distintos.
Ainda de acordo com o Atlas da Violência, na década avaliada, as maiores taxas de homicídios de negros foram registradas nos estados de Sergipe e Rio Grande do Norte. Já as menores foram encontradas em São Paulo, Paraná e Santa Catarina. O estudo revela, ainda, que a taxa de homicídios de mulheres negras foi 71% superior à de mulheres não negras
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