A administradora de empresas Rosemar Marin partiu da cidade venezuelana de El Tigre em dezembro do ano passado e chegou ao Brasil pela fronteira com Pacaraima. Essa semana a imigrante foi transferida do alojamento em que estava em Boa Vista com o marido e dois filhos para um abrigo em Brasília. Ela afirma que saiu do seu país em busca de alternativa.
“Eu sou administradora. Na Venezuela, com a economia como está, é muito difícil arrumar emprego. Os nossos sonhos aqui são trabalhar honestamente e que nossos filhos tenham escola”, ressalta Rosemar.
O coordenador do projeto de interiorização da ONG Aldeias Infantis SOS que abriga venezuelanos em três cidades brasileiras, Sérgio Marques, explica como é feita a inserção dos imigrantes no mercado de trabalho. O primeiro passo é um levantamento da formação e experiência profissional de cada um.
Carlos Bonalde, de 28 anos, está abrigado em Brasília. Com o filho no colo, um bebê de dois meses nascido em Roraima, relata que morou mais de dois meses nas ruas de Boa Vista e fez trabalhos informais.
“Vendia balas, vendia dindim, pegava o dinheiro e comprava biscoitos. Vendia na rua e assim eu mandava dinheiro a minha esposa”, destaca Carlos.
A auditora fiscal do Trabalho, Marilete Girardi, acompanha os imigrantes abrigados em Cuiabá. Ela explicou os cuidados para evitar que venezuelanos sejam enganados, submetidos a abusos e até mesmo a trabalho escravo.
Mais de 5 mil imigrantes venezuelanos estão em abrigos de Roraima. Desde abril, 820 venezuelanos foram levados para sete cidades em São Paulo, Rio De Janeiro, Amazonas, Paraíba, Pernambuco, Distrito Federal e Mato Grosso. A ação faz parte do processo de interiorização do governo federal, que tem o apoio da Agência da ONU para Refugiados (Acnur).
Ouça também no Repórter Nacional:
- Dia da Mulher Afro Latino-Americana e Caribenha é marcado por atos e debates;
- População brasileira chegará a 228 milhões em 2060.
Ouça no player abaixo: