O gasto anual do Brasil com os servidores públicos ativos ultrapassou os R$ 750 bilhões em 2017, o que corresponde a 10,5% da soma dos bens e serviços produzidos no país. O dado é do estudo Três Décadas de Evolução do Funcionalismo Público no Brasil, divulgado nesta sexta-feira pelo Ipea, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.
A nova versão da ferramenta traz informações de 1986 a 2017 sobre a estrutura e a remuneração no serviço público federal, estadual e municipal, relativas aos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.
Segundo a pesquisa, o funcionalismo público cresceu 123% em 32 anos, o que significa que o número de vínculos, ou postos de trabalho no setor, subiu de 5 milhões para 11 milhões. Esse aumento foi concentrado, principalmente, na esfera municipal. Apesar do crescimento expressivo, o pesquisador do Ipea, Felix Lopes, ressalta que não se pode afirmar que há inchaço da máquina pública. O levantamento mostra que apenas um em cada dez servidores é da esfera federal, que aumentou em 28% o número de vínculos. Já nos estados, a expansão foi de 50%. Na esfera municipal, que concentrou a maior parte desse crescimento, os postos de trabalho no setor público subiram 276%. Desses, 40% correspondem aos profissionais da área da educação e saúde.
O Atlas também revela que, em 2017, persistia a diferença nas remunerações dos três níveis federativos. Apesar de representarem 60% dos vínculos no setor público, os servidores municipais ganham, em média, três vezes menos que os federais.
A participação feminina no funcionalismo público avançou nesses 32 anos, mas as mulheres continuam ganhando menos que os homens, em todos os níveis. A explicação, segundo os técnicos do Ipea, é a predominância feminina em ocupações de menor remuneração. O estudo apontou, ainda, um aumento da escolaridade dos servidores em todos os níveis da administração.
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