Ao sair ontem para cumprimentar apoiadores na frente do Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro informou que deve nomear hoje (4) o novo diretor-geral da Polícia Federal. No último dia 28, ele havia escolhido Alexandre Ramagem para o cargo, mas a nomeação acabou suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF), com base em declaração do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro. Ao deixar o cargo, Moro falou em tentativas de interferência, por parte do presidente, na Polícia Federal; o que o próprio Jair Bolsonaro já negou, durante pronunciamento, há 10 dias. Depois da decisão do STF, o presidente anulou a nomeação.
Desde a saída de Maurício Valeixo, que deixou o posto junto com o ex-ministro Moro, o cargo de diretor-geral da PF está vago. A corporação está sendo comandada interinamente pelo delegado Disney Rosseti. Ontem, ao final da transmissão da manifestação no Planalto, Bolsonaro falou à imprensa.
Durante essa manifestação, que marcou o Dia da Liberdade de Imprensa, o fotógrafo Dida Sampaio, do jornal O Estado de São Paulo, foi agredido por manifestantes. Durante o trabalho, enquanto tirava fotos do presidente cumprimentando as pessoas, Dida foi agredido com socos e chutes. Além dele, o motorista do jornal, Marcos Pereira, também foi agredido e outros profissionais da imprensa foram hostilizados.
O fato causou repúdio de diversas entidades e de ministros do STF. A ministra Cármem Lúcia classificou o fato como inaceitável e inexplicável.
O ministro Alexandre de Moraes disse que o ocorrido não pode ser tolerado e Luís Roberto Barroso lembrou que é preciso valorizar o papel do jornalista.
A Associação Nacional dos Jornais espera a identificação dos agressores e a punição, de acordo com a lei e, em nota, acrescentou: “Atentar contra o livre exercício da atividade jornalística. É ferir também o direito dos cidadãos de serem livremente informados”.
Ouça o Repórter Nacional, 7h, desta segunda-feira (04):
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