Está previsto para esta quinta-feira (26) o primeiro depoimento do senador Delcídio do Amaral, que está preso na Superintendência na Polícia Federal (PF), em Brasília. Ele foi detido no começo da manhã de ontem e passou a noite na área administrativa do prédio em uma sala com mesa, cadeira, cama, sem banheiro, telefone ou computador.
O pedido de prisão preventiva foi feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorizado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Zavascki explicou que Delcídio tentou dificultar o trabalho da Justiça.
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PT não se julga obrigado a gesto de solidariedade com Delcídio, diz Rui Falcão
“O senador Delcídio do Amaral vem empreendendo esforços para dissuadir Nestor Cerveró e firmar acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal ou quanto menos para evitar que ele o delatasse. O senador ofereceu a Bernardo Cerveró auxílio financeiro, um aporte mínimo de R$ 50 mil mensais, destinados à família de Nestor Cerveró e comprometeu a interseção política junto ao Poder Judiciário em favor da sua liberdade”.
Também foram presos o chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira, o banqueiro André Esteves, do banco BTG Pactual, e o advogado Edson Ribeiro, que trabalhou para o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
A principal prova contra Delcídio do Amaral é a gravação de uma reunião entre ele, Diogo, Edson e o filho de Nestor, Bernardo Cerveró. Nela, o senador insinua que pode interferir politicamente no Supremo Tribunal Federal para blindar o ex-diretor da Petrobras.
O advogado do senador, Maurício Silva Leite, afirmou estar inconformado porque a Justiça levou em consideração as acusações de um delator já condenado.
Em nota, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, destacou que nenhuma das denúncias atribuídas a Delcídio tem relação com a atividade partidária e, por isso, o PT não se julga obrigado a qualquer gesto de solidariedade. A presidência do PT vai convocar uma reunião da executiva nacional do partido para avaliar o que fazer.
Delcídio do Amaral era líder do governo no Senado. A Secretaria de Governo do Palácio do Planalto vai anunciar um novo líder na semana que vem. Até lá, os quatro vice-líderes do governo no Senado vão exercer a liderança.
O Repórter Brasil destaca, ainda:
- Senadores mantêm prisão de Delcídio do Amaral, acusado de tentar obstruir a investigação da Lava Jato.
- Deputados pedem à Procuradoria Geral da República saída de Cunha da presidência da Câmara.
- Número de embalagens recicladas deve aumentar 22 por cento em dois anos.
- Maior prêmio da Mega Sena sai para aposta do Distrito Federal.
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