A afirmação é do sociólogo do Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Ignacio Cano.
Ele lembra que tiroteios colocam a população em risco, e que a campanha “Caveirão, Não” mostra que, em muitas comunidades, a entrada da polícia “só traz, muitas vezes, insegurança” à população, e ressalva que o uso agressivo deste equipamento precisa mudar.
De acordo com o sociólogo, a prisão do Rogério 157 segue uma "tradição do Rio de Janeiro de tentar procurar grandes traficantes para mostrar serviço", mas isso não muda o cenário da segurança, pois o negócio continua de qualquer forma. Ele acrescenta que, nesse caso, devido às guerras recentes na Rocinha, os esforços foram maiores para prender Rogério. É importante que as investigações sejam feitas para que a prisão ocorra sem troca de tiros e sem resistência, pois coloca a população em risco.
Referente à campanha "Caveirão, não!", Ignacio Cano afirma que o problema não é o Caveirão, mas sim como ele tem sido usado, "quase como uma ferramenta de guerra". Ele diz também que o objetivo das operações devem ser sempre preservar a segurança das pessoas que moram lá. Portanto é melhor recuar do que trocar tiro.
"A arma do policial é para defesa e não ataque." explica Cano.
Para mudar esse quadro, Ignacio Cano recomenda repensar as operações policiais e criar um plano de redução de letalidade e de proteção policial.
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