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Casos de violência no Maranhão assustam e preocupam população

Houve canibalismo em presídio, diz funcionário do setor de

O depoimento de um funcionário do setor de inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão aterrorizou os deputados da CPI do Sistema Carcerário, instalada na Câmara dos Deputados. Em oitava gravada no mês passado, o servidor maranhense informou que houve, pelo menos, dois casos de canibalismo dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. Pelo relato, dois presos que, até então para as autoridades, haviam fugido do presídio, foram decapitados, os corpos retalhados e os presos num “ritual macabro” fizeram a prática do canibalismo.

 


Para falar do assunto o programa Revista Brasil entrevistou o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/MA, Luís Pedrosa.

 

O presidente Luís Pedrosa explica que estão aguardando uma sinalização a respeito do inquérito policial que foi instaurado para apurar o desaparecimento destes dois presos. Até o momento não tiveram nenhuma notícia deste inquérito que concluísse de que a causa do desaparecimento teria sido a matança destes presos com o canibalismo. É preciso que a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão apresente os resultados deste inquérito publicamente para que a sociedade de modo geral tenha condições de avaliar a veracidade de uma informação grave como essa. 

 


Mas, segundo o presidente, é importante frisar que nesse período da grande crise no sistema penitenciário no estado do Maranhão podia ocorrer de tudo. Foram presenciados situações das mais absurdas e o canibalismo não fica atrás da prática de decapitações, de extermínio sistemático, provocadas ou não, por disputa de facções dentro do presídio.

 

Luís Pedrosa conta que, hoje, as unidades prisionais no estado do Maranhão estão divididas de acordo com a facção criminosa hegemônica.”Isto impede que haja o confronto entre presos de facções distintas.”  Em 2015, mesmo com esta separação já aconteceu quatro casos de extermínio de presos dentro das unidades prisionais. “O estado que deve conduzir a forma de cumprimento de pena, ele que deve dizer onde o detento cumprirá sua pena e não a facção criminosa” , conclui Luiz Pedrosa.


Sobre linchamento, Luís Pedrosa explica que as tentativas de linchamento aumentaram muito, devido à conjuntura de descrédito do sistema de segurança pública, uma certa indignação de muitos segmentos da população, ideias conservadoras que estão prevalecendo no Congresso Nacional e em alguns setores da mídia.

 

Confira a entrevista na íntegra no player acima.

 

O Revista Brasil é uma produção das Rádios EBC e vai ao ar, de segunda a sábado, às 8h, na Rádio Nacional AM Brasília.



Criado em 20/07/2015 - 19:48 e atualizado em 20/07/2015 - 19:22

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