Uma série de reações após vacina contra o HPV no Acre e informações desencontradas levaram preocupação para o público. No entanto, pesquisadores descobriram que os sintomas nada tinham a ver com a imunização. Em entrevista à Rádio Nacional da Amazônia, o médico José Gallucci Neto. do Instituto de Psiquiatria (Ipq), da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), esclareceu em detalhes o que é chamado pela ciência como “doença psicogênica de massa”.
O material informativo, de mais de 14 minutos de duração, foi reconhecido como finalista na quinta edição do Prêmio de Jornalismo da Sociedade Brasileira de Imunizações.
Ouça abaixo a entrevista
O médico entrevistado dirige a unidade de videoeletroencefalograma do Hospital das Clínicas da USP. Ele esclareceu que a doença é uma reação automática do organismo, como um alerta, uma espécie de defesa. A situação foi intensificada por conta dos vídeos e mensagens compartilhados nas redes sociais, inclusive por movimentos antivacina.
O médico reforçou, na entrevista, que a vacina contra o HPV é segura e já foi aplicada em mais de três milhões de pessoas no mundo.
Ele ressaltou, ainda, a importância da vacinação no estado do Acre, onde o câncer do colo do útero é a principal causa de morte de mulheres, atualmente. A relevância social da pauta e a importância da seleção da fonte especializada (o médico do USP) foram destacadas pelas autoras do material jornalístico, a produtora executiva Roberta Timponi e a apresentadora Juliana Maya.
Roberta Timponi explica que o tema foi escolhido a partir da leitura que a equipe fez da divulgação da pesquisa científica da USP. “Entendemos que era um tema muito pertinente”. A produtora, que trabalha há sete anos na EBC (sempre na Rádio Nacional da Amazônia) indica que reconhece a pluralidade dos públicos, tanto amazônidas, como ouvintes de capital.
Ouça abaixo trecho de entrevista com a profissional
A apresentadora Juliana Maya ressalta que se surpreendeu com a pauta e com a entrevista também durante o momento em que foi feita com o médico. “Eu nunca tinha ouvido falar sobre caso semelhante. O entrevistado explicou os termos que devemos utilizar”.
A jornalista, que trabalha há 12 anos na EBC e Rádio Nacional da Amazônia, destaca a necessidade de atenção com notícias falsas na área de saúde e o papel do jornalismo profissional como prestação de serviços à sociedade.
Ouça abaixo trecho de entrevista com a profissional