O Tarde Nacional - Amazônia falou sobre o Teste do Pezinho, um exame obrigatório que ajuda a identificar doenças genéticas e metabólicas nos bebês recém-nascidos. O entrevistado foi o pediatra e geneticista, Salmo Raskin. Ele é presidente do Departamento de Genética da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Ele explicou que o teste é feito de forma bem simples, com gotinhas de sangue colhidas do pé dos bebês geralmente com dois dias de vida ou na primeira consulta no posto de saúde após a alta hospitalar. De acordo com o médico, o exame tem um intervalo específico para ser realizado. Ele não deve ser feito logo no primeiro dia de vida da criança, nem após o primeiro mês para não correr o risco de perder o momento certo de fazer o diagnóstico de determinadas doenças.
Salmo Raskin ressaltou que o teste é fundamental para identificar doenças difíceis de serem diagnosticadas clinicamente, ou seja, examinando a criança recém-nascida:
“Geralmente ela parece uma criança normal porque ela não tem malformações e nada disso, nem sinal característico como outras síndromes. Uma criança que nasceu e é aparentemente normal. Não, ela não é normal. Ela tem um problema no metabolismo que não aparece aos olhos do medico. E pior ainda, se você demorar a fazer o diagnóstico, você perde o tempo em que o tratamento pode ser estabelecido. É uma situação delicada, não dá dicas... E se você demorar pra fazer o diagnóstico, você perde o momento certo e essa criança não vai ter a qualidade de vida que poderia ter. É bem para esta situação que serve o Teste do Pezinho.”
Atualmente no Brasil o exame já é feito de forma gratuita em todos os bebês recém-nascidos. Mas com a aprovação da nova lei, a lista de doenças diagnosticadas pelo teste realizado na rede pública vai passar de seis para até cinquenta doenças.
“Foi uma grande vitória. As pessoas ainda nem conhecem direito o alcance dessa vitória. Mas ela significa mais qualidade de vida, mais dias de vida, mais chance de tratamento e de ter uma vida normal para milhares e milhares de crianças brasileiras”, comemorou o pediatra.
Ele falou ainda da importância do acesso ao tratamento nos casos de diagnóstico positivo para alguma doença rara.
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O Tarde Nacional - Amazônia vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 13h às 15h, na Rádio Nacional da Amazônia. A apresentação é de Juliana Maya.