O quadro "Somos todos iguais" do programa Tarde Nacional, desta terça-feira (26), conversou com o idealizador e coordenador da cooperativa Sonho de Liberdade, Fernando de Figueiredo. A cooperativa oferece oportunidade para transformação de pessoas, e tem como meta "reciclar vidas".
Fernando conta que quando ainda estava na prisão, se sentindo "no fundo do poço", e pensando que não tinha mais solução para sua vida, uma luz brilhou e mostrou para ele que dependia dele ter uma solução. Lá, ele conta, se dedicou ao trabalho, ao estudo e à fé em Deus. Ao ser beneficiado pela lei que lhe concedeu o regime semi-aberto, saindo para trabalhar e voltando à noite para a prisão, Fernando refez sua vida.
Enfrentando a discriminação, Fernando de Figueiredo decidiu formar um grupo diferente e aí surgiu a cooperativa Sonho de Liberdade. Atualmente 100 pessoas trabalham na cooperativa, entre eles, "30 detentos, 15 ex-presidiários, alcóolatras, mendigos, andarilhos, prostitutas, homossexuais, pessoas que viviam à margem da sociedade, porque à vezes, até a própria família abandona, quando essas pessoas procuram a cooperativa, é dada a oportunidade para ela mudar de vida", conta.
"O custo de um presidiário é muito alto, custa caro ao governo, mas quando a gente sai, o governo não dá uma chance, uma oportunidade". Ele conta que atualmente os cooperados tiram 100 toneladas de material do lixo, principalmente madeira, mas ainda não se sentem reconhecidos pelo governo e pela sociedade. Ele conta que a cooperativa tira em média 200 mil reais por mês, gerando um salário de cerca de 2 mil reais para cada cooperado.
Saiba como funciona e o que é feito com todo material tirado do lixo nesta entrevista com o coordenador da Cooperativa Sonho de Leberdade ao programa Tarde Nacional, com a jornalista Fátima Santos, na Rádio Nacional de Brasília.
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