Transmitido pela Rede de Rádios EBC, o Tarde Nacional desta quarta-feira (6) abordou a questão da reprodução assistida. Para isso, o programa ouviu vários especialistas e trouxe depoimentos de quem conseguiu realizar o sonho de ter um filho com ajuda da ciência.
Nos estúdios de Brasília, a médica Lisandra Moura, especialista em Reprodução Humana e chefe da Unidade Materno Infantil do Hospital Universitário de Brasília e da Clínica Gêneses, esclareceu dúvidas sobre o tema.
De acordo com a médica, no Brasil existem 12 centros que oferecem tratamento gratuito para reprodução assistida, a maioria concentrada no estado de São Paulo, um em Minas Gerais, um em Brasília, em Goiânia, um na Região Sul e dois na Região Nordeste. Na Região Norte ainda não existe nenhum.
Mas o que é infertilidade? Quais são os casais que têm realmente alguma dificuldade para engravidar? A médica diz que pela Organização Mundial de Saúde, os casais que estão há um ano tentando engravidar, tendo relações sexuais desprotegidas e não conseguem têm infertilidade. No caso de mulheres acima de 35 anos são inférteis os casais que após 6 meses de tentativa não conseguem engravidar.
A jornalista Luciana Vale, na Rádio Nacional do Rio de Janeiro também ouviu o médico Ivan Araújo Pena, que coordena o ambulatório de Reprodução Assistida do Hospital Universitário Antônio Pedro, no Rio. Segundo ele, não existe nenhum ambulatório público nesta área, no Rio. Então, o que resta para essas pacientes é o Hospital Antônio Pedro, que chega ao diagnóstico de que precisam fertilização in vitro, mas que precisam de exames complexos e na maioria das vezes é necessário encaminhar as pacientes para outros estados.
O médico Evangelista Torquato, também especialista em reprodução humana, afirma que a infertilidade atinge até 20% dos casais que estão em idade reprodutiva, no país, aproximadamente 12 milhões de casais sofrem com o problema. “O Brasil deveria fazer em torno de 200 mil ciclos de fertilização in vitro por ano, nós não chegamos a 40 mil”, disse Torquato. Mas segundo o médico, o que ainda é mais preocupante é que desses 40 mil, a imensa maioria, mais de 85%, são provenientes de clínicas privadas. “Nós temos hoje pouquíssimos centros públicos e a lista de espera supera os quatro anos”, lamentou.
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Às quartas-feiras, o programa é transmitido pela Rádio Nacional de Brasília em rede com a Nacional da Amazônia e Nacional do Rio de Janeiro, ancorado pelas jornalistas Fátima Santos, Juliana Maya e Luciana Vale.
O Tarde Nacional vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 15h, na Rádio Nacional AM de Brasília.
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