O professor e pesquisador da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), biólogo, etólogo, especialista em reintrodução e conservação de animais silvestres e presidente da Associação Mico Leão Dourado, Carlos Ruiz Miranda, falou ao Tarde Nacional sobre a questão da morte de macacos provocadas pelo medo da população em relação à febre amarela.
Entre os primatas existentes no Brasil, "o bugio é o mais afetado, o mais sensível de todas as espécies", diz Ruiz, lembrando que essa não é a primeira epidemia que afeta os macacos. "O que vem acontecendo é que as pessoas vêm matando macacos, de várias espécies, inclusive o mico leão dourado e sagüis, porque acham que os macacos transmitem a doença", alerta ele.
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O biólogo lembra que muitas pessoas se referem à febre amarela como a doença do macaco. "Na verdade o bugio serve como um sentinela, pois são mais sensíveis que os humanos", ressalta ele ao falar sobre as mortes de macacos provocadas por pessoas com medo da doença. "Eles alertam para a chegada da febre amarela em uma área ou um surto de febre amarela", ensina.
Carlos Ruiz acrescentou que os macacos demonstram sinais da doença quando ela já está mais avançada. Primatas caídos no chão, letárgicos e com a respiração ruim podem estar doentes, não necessariamente com a febre amarela.
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