O Relatório da ONU que foi divulgado em novembro revelou que em 2017 cerca de 87 mil mulheres morreram vítimas de feminicídio no mundo. Segundo informações da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), órgão vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU), foram registrados 1.133 casos de feminicídio no Brasil em 2017. O documento indica que 58% de todos os assassinatos de mulheres em 2017 foram cometidos por companheiros ou familiares, o que faz com que o lar seja o "lugar mais perigoso para as mulheres".
Para falar sobre o assunto, o Tarde Nacional conversa com Ana Gabriela Braga, especialista em criminologia pela Unesp em Franca (SP) faz uma análise desses dados.
"Eu acho que a gente não pode esquecer que como qualquer tipo de crime, o feminicídio não é uma questão individual, não é à toa que ele acontece dessa forma tão ampla e tão difusa em diversas sociedades", destaca a especialista.
Ana Gabriela explica que é preciso entender que o feminicídio não ocorre somente por problemas individuais de um homem ou de um casal, mas é reflexo do machismo institucionalizado na sociedade em geral. Ela ressalta que a criação de mecanismos como a Lei Maria da Penha estimulou o aumento de denúncias de casos de abuso e violência contra a mulher, mas o enfrentamento deste tipo de violência continua a ser um grande desafio em diversos países, especialmente no Brasil.
Ouça entrevista na íntegra no player abaixo:
* Com informações da Agência Brasil.