Com a necessidade do distanciamento social, muitos transtornos psicológicos podem aparecer durante a pandemia. É o caso da Síndrome da Cabana. O termo, criado nos Estados Unidos no ano de 1900, surgiu para explicar o hábito dos caçadores, que praticavam o isolamento durante invernos rigorosos, mas não queriam conviver em sociedade após o fim da estação.
As motivações são diferentes, mas o hábito é o mesmo. Devido à pandemia, algumas pessoas não querem mais sair de casa. A neuropsicóloga e escritora Lucia Moyses explicou porque a síndrome pode crescer durante o isolamento social.
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“A síndrome da cabana é o medo que a gente tem de sair de casa depois de um longo período de isolamento. O cérebro passa a entender que só em casa estamos seguros. Hoje existe um medo real do vírus, tem muita gente que está com medo de levar o lixo pra fora de casa e estão confinados como numa prisão domiciliar”, explicou.
Os sintomas da Síndrome da Cabana podem ser confundidos com a ansiedade. Mas se o distúrbio não receber o tratamento correto, pode resultar em transtornos mais graves como a depressão e a síndrome do pânico.
“Além dos sintomas psicológicos como ansiedade, ela pode ter sintomas físicos como taquicardia, náuseas, tontura. Então começa a ficar muito parecida com a depressão, ansiedade e síndrome do pânico. A princípio a síndrome da cabana não é uma doença, mas pode desencadear todos esses transtornos”, ressaltou.
Ter hábitos saudáveis e criar uma rotina que envolve meditação são algumas alternativas para manter a calma e combater o distúrbio. Caso os sintomas permaneçam, procure ajuda de um terapeuta.