O Tarde Nacional conversou com Arthur Custódio, coordenador nacional do Movimento de Reintegração das Pessoas Afetadas pela Hanseníase (MORHAN), sobre as características da doença e as dificuldades enfrentadas por quem precisa de tratamento. O MORHAN e a Sociedade Brasileira de Hansenologia protocoloram representação junto ao Ministério Público Federal solicitando a regularização do abastecimento de medicamentos no país e responsabilizando o poder público por prejuízos causados à saúde e vida dos usuários.
Arthur explica que os sintomas da doença são manchas brancas na pele onde ocorre a perda de sensibilidade, pode ocorrer também queda de pelo no local. "A doença pode deixar sequelas se não tratada, a pessoa pode ficar cega, ter sequelas nas mãos e nos pés, perder e atrofiar a sensibilidade em áreas do corpo", esclarece. "Fora isso o preconceito é muito grande, por conta da falta de conhecimento e da associação com a lepra biblíca".
Arthur ressalta que o Brasil proibiu o termo lepra como sinônimo de hanseníase, para que as pessoas pudessem construam essa imagem da doença verdadeira. "É uma doença que tem tratamento e cura, e iniciado o tratamento ela deixa de transmitir e vai ficar curado no período de seis meses a um ano."
Ele conta que, ao contrário da crença popular, a hanseníase é pouco contagiosa. "Para contagiar você precisa ter um contato prolongado com uma pessoa que está sem tratamento e ter uma queda imunológica. Não é fácil contrair, e por isso que é tão absurdo a gente ainda ter tantos casos", lamenta. Atualmente, o Brasil apresenta uma quantidade de 20 mil novos casos da doença por ano, segundo Arthur.
Ouça a entrevista:
O Tarde Nacional vai ao ar de segunda a sexta, no horário de 13h às 15h, pela Rádio Nacional de Brasília.