O Tarde Nacional conversou com Dr. Juliano Buckhardt, médico geriatra, nutrólogo e cardiologista sobre como uma pessoa com mais de 90 anos se recupera da covid-19 enquanto outra de 20 não resiste. Apesar de ser uma doença associada à idosos, considerando o perfil das vítimas, é possível encontrar diversos jovens e até crianças entre os casos graves.
"Quando surgiu na China, e foi acometido na Europa, principalmente no norte da Itália, nós imaginávamos que seria uma doença que atacaria os idosos e se adaptaria a regiões mais frias", recorda. "Quando chegou no Brasil a gente viu o contrário, apesar do epicentro ter sido São Paulo, as regiões bastantes acometidas foram norte e nordeste, de clima quente."
Segundo Dr. Juliano, parte-se do principio que o idoso vai ter algumas comorbidades e, por isso, vai ser mais suscetível a tanto se infectar a sofrer como agravamento da doença. "E isso também não se mostrou aqui, porque a média de infectados, que evoluíram para as formas mais graves, eram pessoas de 50 a 59 anos, então fugiu novamente dessa regra epidemiológica que nós imaginávamos", observa.
Uma possível explicação, pondera o médico, é que "os idosos de hoje tiveram hábitos muito mais saudáveis quando eram adolescentes e na fase pré-adulta". "Tanto que se você pegar a estatística, os pacientes acima de 90 anos tiveram apenas 6% de mortalidade e, entre 50 e 59, a média foi de 38%", explica.
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