"A hanseníase é negligenciada, a sua saúde não". Este é o alerta da campanha lançada neste mês pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), em apoio ao chamado Janeiro Roxo, mês dedicado à conscientização sobre uma doença que, apesar de todo os avanços técnicos e científicos, ainda faz milhares de vítimas todos os anos no país. Pelo diagnóstico precoce e contra o estigma, o Tarde Nacional conversou com a assessora do Departamento de Hanseníase da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Lucia Martins Diniz.
Na entrevista, ela explica o que pode ser um sinal de hanseníase. O Brasil é o segundo país no mundo em casos e ela é considerada ainda uma doença negligenciada. Mais ligada à pobreza, a hanseníase é a antiga lepra, que todo mundo tem medo. Ou seja, mudou de nome mas continua endêmica no país e precisamos, portanto, dar importância. Para tanto, Lucia defende mais diagnósticos e mais esclarecimentos à população.
"Por ser uma doença silenciosa, ela não dá sintomas, não coça, nao dói. Ela só tem a alteração de dormência. Ou seja, a pessoa deixa de sentir determinados pontos da pele como temperatura fria, dor. E isso vai evoluindo com o aparecimento de manchas ou infiltrações disseminadas pelo corpo. Então, como ela demora mais na sua evolução, as pessos acabam não dando muita importância e com isso demorando mais a procurar a ajuda médica", esclarece a médica.
Causada por uma bactéria, a hanseníase compromete a pele, os nervos periféricos e, às vezes, evolui para órgãos internos. Ainda de acordo com a especialista, a doença pode comprometer o nervo do braço, da pele e levar a deformidades. Portanto, ela não é somente superficial.
Para marcar o Janeiro Roxo, a SBD planeja realizar eventos online, divulgar depoimentos de pacientes e celebridades, estimular a iluminação em roxo de espaços públicos e monumentos. No bate-papo, Lucia comenta também sobre os antigos leprosários que existiam no país.
Como é o tratamento? Ela é uma doença contagiosa? Acompanhe a entrevista completa, no player acima.
O Tarde Nacional vai ao ar de segunda a sexta-feira, no horário de 15h às 17h, pela Rádio Nacional de Brasília.