Quem mora de aluguel sabe como é difícil equilibrar as despesas para honrar com a parcela mensal. Na época do reajuste, muitas famílias enfrentam dificuldades para encaixar o novo valor do aluguel, que usa o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) como base de cálculo. Não é raro precisar de outro local para morar, com um preço menor e mais adaptado ao orçamento familiar. Como renegociar os reajustes do aluguel? É possível fazer alterações, mesmo tendo contrato assinado? O que diz a Lei do Inquilinato?
A pandemia é marcada não apenas pela doença e morte de pessoas queridas mas, em muitos lares brasileiros, também pelo desemprego que obrigou famílias a reduzirem as despesas. Para falar sobre esse assunto, o Tarde Nacional conversou com Rafael Scodelario, especialista em mercado imobiliário.
Confira a entrevista no player acima.
Bom senso
Segundo Rafael, o contrato e o reajuste são válidos. Mas cabe o bom senso, pois o país vive um momento complexo. Ele falou que o proprietário e o inquilino podem renegociar o valor do aluguel.
"Só em novembro, o reajuste bateu 24% no acumulado dos últimos 24 meses. Então, realmente foi um reajuste muito alto. O que veio a inviabilizar o contrato de locação de diversas famílias", apontou.
O especialista reforçou que ninguém prevê em contrato uma pandemia ou uma recessão econômica.
"O importante para o proprietário não é nem o reajuste, é segurar o inquilino, pois nós temos uma vacância muito alta de imóveis disponíveis. Tanto pra locação quanto para venda. Então é mais vantagem manter esse inquilino", garantiu.
IGP-M
Hoje boa parte dos contratos prevê reajuste com base no IGP-M, que fechou 2020 em alta de 23,14%.
Rafael acredita que o índice da poupança vai se tornar mais presente nos contratos.
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