Dados apontam aumento em diagnósticos de nódulos na tireoide em adolescentes

Estudos apontam aumento de diagnósticos de nódulos na tireoide em adolescentes na última década, glândula que fica na região central inferior do pescoço. Para falar sobre o assunto, o Tarde Nacional trouxe a endocrinologista Débora Danilovic, que é palestrante do 14° Congresso Paulista de Endocrinologia e Metabologia – COPEM 2021, organizado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).

De acordo com a médica, os nódulos se desenvolvem através de alterações genéticas que acontecem dentro das células da tiroide. Ela explica que o aumento de diagnósticos não é preocupante e que grande parte se dá pelo aumento da procura por acompanhamento médico pelos pais dos adolescentes, que redobraram a atenção e cuidado com a saúde dos filhos.

Geralmente os nódulos não possuem causa definida, porém em alguns casos existem situações com influência, como a incidência em pessoas com sobrepeso, em pessoas que tiveram câncer na infância e precisaram de tratamento com radioterapia, histórico familiar, além de maior frequência em adolescentes do sexo feminino.

“Os nódulos da tiroide têm um crescimento lento, então se você pegar ele pequeno dá tempo de investigar, e mesmo que ele esteja grande, você vai conseguir fazer uma investigação necessária sem causar um problema maior.”, afirma a médica.

Débora Danilovic também explica sobre a importância dos diagnósticos e tratamentos, que na grande maioria dos casos se resume a procedimento cirúrgico:

“Identificando o nódulo, tem que ir ao médico endocrinologista para ele poder avaliar os hormônios da tireoide se estão adequados, e pedir um exame de ultrassom que seria o exame mais apurado para dizer qual é a gravidade desse nódulo. É lógico que a maioria dos nódulos não vão ser nada, vão ser nódulos benignos, mas é importante avaliar porque eventualmente tem um câncer de tiroide ali, que você consegue com o diagnóstico precoce tratar rapidamente.”.

Ela explica que com o aprimoramento dos exames de imagem e os métodos de ultrassom, possuem maneiras de classificar os nódulos de forma mais apuradas, selecionando melhor quais pacientes necessitam de biópsia. A ideia é tentar informar e atualizar os médicos de como vai ser feita a investigação, evitando investigações desnecessárias, e otimizando a investigação de pacientes que precisam ser examinados.

Confira entrevista completa no player acima.