Laboratório Audiovisual da UFF é pioneiro na preservação de imagens

Em entrevista no Tarde Nacional desta terça-feira (3), Rafael de Luna, professor adjunto do Departamento de Cinema e Vídeo e coordenador do Laboratório Universitário de Preservação Audiovisual (LUPA) da Universidade Federal Fluminense (UFF) falou sobre o trabalho que relizam voltado para a preservação e formação de acervo audiovisual, que é engrandecido graças a uma parceria com a Prefeitura Municipal de Niterói.

O trabalho é realizado desde 2017 e, segundo o professor, falar em preservação audiovisual consiste em uma série de ações como obter o material, cuidar das imagens, catalogar, entre outras. "Como a gente sempre fala é melhor preservar bem do que restaurar, que é sempre mais caro e trabalhoso", conta ele durante a conversa.

Em meio à pandemia do coronavírus, em 2021, o laboratório começou o trabalho pioneiro de digitalização das imagens, dando acesso às coleções por meio da internet. O foco é o cinema não profissional do estado do Rio de Janeiro, o cinema amador fluminense. A colaboração com a prefeitura garantiu a compra de equipamentos para o tratamento dessas imagens raras, bem como a preservação do patrimônio, o que permitirá a publicação e a consulta virtual das obras no futuro.

Segundo Rafael, as imagens reunidas pelo LUPA são importantes, em primeiro lugar, pela pouca preservação de todo o material filmado no Brasil, mais ainda dos filmes antes da era digital. Um dos acervos a ser digitalizado é o do cinegrafista profissional Esdras Baptista, com cerca de 80 horas de imagens em movimento rodadas entre 1940 a 1980. Nos rolos há imagens do comício da Central do Brasil, no Rio, com o presidente João Goulart, às vésperas do golpe de 1964. E cenas mais antigas, com outro presidente, Juscelino Kubitschek, e o líder comunista Luiz Carlos Prestes, além de imagens das visitas de Fidel Castro ao país, logo depois da Revolução Cubana. Muitos desses filmes eram produzidos por conta própria e nem chegaram a ser apresentados publicamente.

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