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Estudo revela puberdade precoce devido a fatores ambientais e comportamentais desenvolvidos na pandemia

Ouça entrevista com a endocrinologista Adriana Siviero Miachon

Tarde Nacional

No AR em 20/09/2021 - 18:25

Em entrevista no Tarde Nacional desta segunda-feira (20), Adriana Siviero Miachon, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - Regional São Paulo (SBEM-SP), falou sobre os dados de um estudo que fala sobre o registro da puberdade precoce acontecendo devido a fatores ambientais e comportamentais ocasionados pela pandemia do coronavírus.

A pesquisa em questão foi realizada na Itália, sugerindo que fatores ambientais causados pelo confinamento em razão da pandemia interferem na puberdade precoce e/ou em sua rápida evolução em meninas. Mas especula-se que a mesma associação também possa afetar o sexo masculino. As informações foram publicadas em artigo no Jornal Italiano de Pediatria, em novembro de 2020, pelos pesquisadores Stefano Stagi, Salvatore De Masi, Erica Bencini, Stefania Losi, Silvia Paci, Maria Parpagnoli, Franco Ricci, Daniele Ciofi e Chiara Azzari.

A puberdade precoce é o desenvolvimento de mamas ou pêlos antes dos 8 anos nas meninas e de pêlos ou dos testículos antes dos 9 anos nos meninos. No caso de uma puberdade tardia, período que vai dos 14 aos 16 anos, o organismo estará perdendo tempo para o fortalecimento dos ossos, já que a puberdade é a fase da mulher em que ela ganha mais massa óssea. Segundo as informações da SBEM, o tratamento é fundamental, prevenindo também a osteoporose no futuro.

A pandemia evidenciou três fatores importantes desencadeantes da puberdade. A adiposidade; gatilhos psicológicos; e uso exagerado de aparelhos eletrônicos. Em relação ao terceiro motivo, acredita-se que o excesso de tela e de luminosidade possa reduzir a melatonina, gerando gatilhos hormonais para o desenvolvimento hormonal precoce. Entre os fatores para o diagnóstico nessa população estão o aumento do peso corporal e do uso de dispositivos eletrônicos.

“A gente começou a perceber um aumento no encaminhamento dos casos de puberdade precoce durante a pandemia e os pacientes que já estavam em puberdade passaram a ter uma progressão mais rápida”, comenta a especialista durante a entrevista. O estudo feito na Itália veio ao encontro da observação percebida no Brasil.

A médica afirma que ainda são necessários mais estudos para esclarecer a interação dos fatores ambientais, evidenciados pela pandemia, além de sua real relação com o desenvolvimento da puberdade. Mas certamente o estudo faz mais um alerta sobre as consequências da pandemia.

Ouça a entrevista na íntegra clicando no player acima. 

Criado em 20/09/2021 - 19:00

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