“Agosto Lilás” é uma campanha de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher com objetivo de sensibilizar e conscientizar a sociedade sobre o fim desse tipo de violência.
Outra meta divulgar os serviços especializados da rede de atendimento à mulher em situação de violência e os mecanismos de denúncia existentes.
A pediatra Ana Travassos disse que um momento de acender um sinal de alerta é quando vizinhos escutam frases do tipo: você não vai sair com essa roupa, não vai aceitar esse emprego, não vai fazer isso, porque eu não vou deixar, se você fizer isso eu faço aquilo.
A médica afirmou, em entrevista ao programa Tarde Nacional, que quando há uma ameaça velada, ou uma proibição de uma coisa que a pessoa tem direito, pode ser um primeiro passo para a violência física.
Ela informou que durante a pandemia o feminicídio aumentou. “ A gente via no hospital muitas mulheres que tinham medo, porque dependiam emocionalmente ou financeiramente do agressor e não tinham como sair de casa com as crianças.”
Segundo os dados do Fórum de Segurança Pública Brasileiro de 2021, apenas entre março de 2020, mês que marcou o início da pandemia de covid-19 no Brasil, e dezembro de 2021, último mês com dados disponíveis, foram 2.451 feminicídios e 100.398 casos de estupro e estupro de vulnerável de vítimas do gênero feminino.
Dados do Ministério da Saúde mostram que as consequências de abusos físicos e psicológicos contra mulheres vítimas de violência, seja física, sexual ou mental, têm um risco de mortalidade oito vezes maior que o da população feminina geral e 11 vezes mais risco de cometer suicídio.
A médica destacou ainda que embora atualmente haja muitos instrumentos de denúncia, a sociedade ainda não está preparada para acolher efetivamente essas mulheres e crianças vítimas de violência doméstica, embora tenha ressaltado a importância das casas de acolhimento.
Para saber mais sobre o assunto e de exemplos de crianças que chegaram até com traumatismo craniano ao hospital e com sinais de estrangulamento, nos quais a mãe também confessou que era vítima de violência no lar, ouça a entrevista no áudio acima.