ONU Mulheres e universidades lançam parceria pelo fim do trote violento

Os frequentes trotes violentos contra calouros e calouras nas universidades brasileiras têm chamado atenção da ONU Mulheres. Casos absurdos de violência física, psicológica e sexual são muitas vezes camuflados como uma brincadeira, uma tradição ou mesmo um ritual pelo qual os alunos novatos devem se submeter. Essas violações acontecem em festas dentro das próprias faculdades e residências estudantis, em eventos organizados por alunos veteranos.

As inúmeras denúncias contra trotes com práticas machistas, homofóbicas e racistas levaram a ONU Mulheres e algumas universidades brasileiras a se juntarem para dizer não à violência simbólica e física contra calouras e calouros. As entidades lançaram uma carta propondo uma série de ações específicas para coibir a violência nos trotes acadêmicos, entre elas aulas públicas sobre igualdade de gênero e raça.

Em entrevista ao Tarde Nacional nesta sexta-feira (06), a representante da ONU Mulheres Brasil, Nadine Gasman, falou da responsabilidade das universidades no processo de formação dos jovens. Ela ressaltou a importância de trabalhar a perspectiva de gênero dentro do espaço acadêmico “não só como uma forma de dar conhecimento, mas também de trabalhar na transformação da sociedade e dos esteriótipos”.

Nadine destacou ainda a importância das vítimas denunciarem as práticas abusivas. Segundo ela, denunciar é uma forma também de combater a violência. Ao final da entrevista, a representante da ONU Mulheres deixou um recado para as ouvintes pelo Dia Internacional da Mulher, falou do empoderamento feminino e da importância do reconhecimento das lutas durante todos esses anos.

Confira a entrevista na íntegra! O programa Tarde Nacional vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 16h, na Rádio Nacional da Amazônia. A apresentação é de Juliana Maya.