Segundo os estudiosos, o choro nasceu em 1845, mas só ganhou letra no século XX, causando surpresa e, às vezes, polêmica. A mais conhecida intérprete desse gênero musical foi Ademilde Fonseca, chamada de a 'Rainha do choro' por Benedito Lacerda, em 1942.
"A cantora era uma simpatia e marcou por sua jovialidade e afinação até o fim da vida", destaca a jornalista e professora Rose Esquenazi, da PUC-RJ. "Ademilde tinha um superfôlego, porque não é fácil cantar tão rápido e tão claramente o choro", acrescentou a professora universitária.
Ademilde nasceu em 1921, em São Gonçalo do Amarante, Rio Grande do Norte. Mudou-se aos quatro anos de idade, quando a família decidiu morar em Natal, onde viveu até os 19 anos. Na juventude, começou a participar de serestas e se tornou amiga dos músicos locais. Em seguida, se casou com o seresteiro Naldimar Gedeão Delfino. Decidiram 'tentar a sorte' no Rio de Janeiro.
Um ano depois da chegada ao Rio, em 1942, Ademilde Fonseca Delfino – seu nome de casada - conseguiu fazer um teste no rádio, algo sonhado por quase todas as jovens da época. O primeiro teste foi realizado no programa de calouros Papel Caborno, de Renato Murce, na Rádio Clube do Brasil. Cantou serestas e foi imediatamente aprovada. Começava ali uma carreira vitoriosa. No mesmo ano, ela gravou pela Columbia as músicas "Tico-Tico no Fubá", de Zequinha de Abreu e Eurico Barreiros, de um lado do disco, e "Voltei pro Morro", de Benedito Lacerda e Darci de Oliveira, do outro lado.
Com colaboração da professora da PUC-RJ e jornalista Rose Esquenazi, o quadro 'O rádio faz história' do programa Todas as Vozes desta segunda-feira, 27 de julho, apresenta curiosidades da carreira musical de Ademilde e trechos dos sucessos "Tico-tico no fubá", "Brasileirinho" e "Teco-teco". Essa é a 50ª edição das participações de Rose, nas segundas-feiras, em 'O rádio faz história'.
O Todas as Vozes vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7h20 às 10h, na Rádio MEC AM do Rio de Janeiro - 800 kHz, com apresentação do jornalista e radialista Marco Aurélio Carvalho.