"Onde você está que não me vê?" Essa a pergunta que a ONU Mulheres colocou no ar para dar visibilidade às mulheres e meninas que enfrentam a violência principalmente nesses tempos de pandemia! A pergunta é reforçada pela Campanha "Una-se pelo fim da violência” que dá inicio aos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres! Em todo mundo essa iniciativa começa em 25 de novembro, mas no Brasil por causa do Dia da Consciência Negra o chamado à ação começa mais cedo.
Ironicamente, justo no dia em que o país fica estarrecido e revoltado com a covardia de mais um caso de racismo inominável: a morte de João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos de idade, que foi espancado por dois homens brancos, dentre eles um PM, que faziam a segurança do Supermercado Carrefour, no Rio Grande do Sul. Os gritos de socorro só foram ouvidos pela mulher de João que ainda tentou ajudar o marido, mas que foi impedida pelos agressores!
"Onde você está que não me vê?" Onde estavam as pessoas que assistiram e filmaram essa crueldade em silêncio absoluto numa cumplicidade assassina!? A pergunta fica no ar até que esse crime seja exemplarmente punido!
Enquanto esperamos as investigações da polícia e da justiça seguimos consternados e, aos mesmo tempo, amedrontados, com o recrudescimento de uma violência que asfixia nossas gargantas e nos impede de dançar e cantar neste 20 de novembro em memória a Zumbi de Palmares e Dandara! Definitivamente, não há clima para festa, nem mesmo no meio do mundo,lá na linha do equador, na esquina do rio mais belo onde se situa o estado que se parece com uma estrela! Infelizmente, uma estrela apagada, mas resta-nos, a luz da resistência representada por Maria das Dores do Rosário Almeida, mulher negra da Amazônia nortista, professora, atual presidente do Instituto de Mulheres Negras do Amapá (IMENA) , e mestre em desenvolvimento sustentável pelo UnB!
Ouça Maria das Dores no player abaixo: