Medicamento homeopático é indicado para prevenção e tratamento da dengue

Em entrevista ao programa Falando Francamente, da Rádio Nacional da Amazônia, o farmacêutico e membro da Farmacopéia Homeopática Brasileira, Ezequiel Paulo Viriato, falou sobre o desenvolvimento do primeiro medicamento homeopático registrado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) indicado no tratamento da dengue, o Prodem.

Ele contou que alguns medicamentos homeopáticos já foram usados em epidemias mundias, como a cólera, a escarlatina e a gripe espanhola. No Brasil, já foram usados contra a gastrointerite. No caso do medicamento Prodem, o projeto teve início com o pesquisador Renan Marino, em São José do Rio Preto, São Paulo. Ele estava tentando controlar uma epidemia de dengue em um bairro de São José do Rio Preto. Os resultados mostraram controle efetivo da situação, comparado com outros bairros que não usaram o medicamento.

Ouça outras edições do Falando Francamente

Por isso, foi realizado um estudo na Universidade Federal do Amapá que provou que a medicação tem ação contra a dengue. Ele atua também na prevenção, mas junto com outras ações de combate ao mosquito. Em 73% dos  casos, o remédio diminui o tempo de recuperação dos pacientes, trata também a sintomatologia e, inclusive, atua nas complicações hemorrágicas.

O Prodem foi submetido à análise da Anvisa e recebeu aprovação como seguro e eficaz contra os sintomas da dengue, junto com a permissão para sua comercialização. Segundo a Farmacopéia Homeopática Brasileira, os medicamentos homeopáticos são medicamentos com finalidades curativas ou preventivas.

Ezequiel Paulo lembrou aos ouvintes a diferença entre um medicamento homeopático e um medicamento sintético. Segundo ele, muita gente confunde homeopatia com os fitoterápicos, as plantas medicinais. Na realidade, o homeopático deriva dos três reinos da natureza: vegetal, animal e mineral. A confusão acontece porque o reino vegetal é a maior fonte de medicamentos homeopáticos, mas não é a única.

A questão não está relacionada apenas aos compostos, mas à técnica definida na preparação. O Prodem tem em sua fórmula três ativos homeopáticos que tratam os sintomas da dengue: o Lupatórium (planta nativa dos Estados Unidos) e os fósforos (mineral), que na homeopatia protegem as células do fígado, isto porque na dengue existe a presença da hepatite viral. O terceiro ativo é obtido a partir do veneno da cobra cascavel norte-americana (Crotalus Orridus).

Infelizmente, de acordo com o farmacêutico, apesar de uma lei do Governo Federal exigir que os medicamentos homeopáticos sejam distribuídos no SUS, isto ainda não é uma realidade. Primeiro, é preciso capacitar os profissionais prescritores da rede sobre a utilização dos medicamentos homeopáticos. Em segundo, os prefeitos, gestores de saúde e secretários de Saúde dos municípios precisam conhecer o potencial da homeopatia. E, em terceiro e último, a aquisição dos medicamentos homeopáticos. Segundo Ezequiel, é preciso a utilização desses três pontos básicos para que os medicamentos homeopáticos sejam utilizados na rede do SUS.

São poucos os municípios no Brasil que têm esses medicamentos. Ele lembra, também, que para evitar a dengue é preciso, ainda, ter cuidados básicos, como limpeza dos terrenos, evitar água parada, usar repelentes e telas contra os mosquitos. É fundamental que essas medidas preventivas sejam tomadas.

Confira a íntegra da entrevista no player acima, hoje com apresentação especial de Julyana Maia.

O Falando Francamente vai ao ar na Rádio Nacional da Amazônia, de segunda a sexta, das 15h às 16h, com apresentação de Artemisa Azevedo.