O número elevado de peixes-boi filhotes que têm sido encaminhados ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) tem preocupado pesquisadores. Nos últimos 15 dias, foram cinco animais recém-nascidos. Isso representa quase a metade do que o instituto costuma receber durante um ano todo. Os resgates acontecem em diferentes pontos do Amazonas.
Entre as possibilidades para o aumento no número de casos estão o maior número de redes de pesca neste período de cheia dos rios e o trabalho em parceria com os órgãos ambientais, como o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e o batalhão da polícia militar ambiental, que após receberem o animal encaminham de imediato ao instituto.
A pesquisadora do Inpa, Vera da Silva, explica que os bichos são apanhados de forma acidental nas redes de pesca e o pescador acaba fazendo o resgate. Mas, segundo a pesquisadora, na maioria das situações essa não é a melhor opção.
Vera explica ainda que o peixe-boi tem um vínculo muito forte com a mãe e que a reintrodução do animal na natureza costuma ser demorada.
Mas a estudiosa alerta para a necessidade de usar o bom senso. Caso o animal esteja ferido, o ideal é fazer de fato o resgate e procurar o batalhão ambiental. Na natureza, o filhote sem a mãe não tem chances de sobrevivência.
O peixe-boi é uma espécie em extinção. A fêmea apresenta ciclo produtivo lento; gera um filhote a cada três anos; isso faz com que danos contra o animal sejam difíceis de serem revertidos.
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