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Cabral admite uso de caixa 2 em pagamento de pensão e reformas em imóveis da ex-mulher

A confissão foi em depoimento nesta segunda-feira (18) ao juiz Marcelo Bretas, da Sétima Vara Federal Criminal, o responsável pelos processos da Lava Jato no Rio

Repórter Nacional

No AR em 19/12/2017 - 10:32

O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, admitiu em depoimento que pagou pensões e obras de reforma em três imóveis da ex-mulher, Susana Neves Cabral, e no sítio do ex-assessor Carlos Miranda. Também pagou mesadas ao irmão Maurício Cabral e outros familiares com dinheiro de ajuda de campanhas da empresa FW Engenharia, do empresário Flávio Werneck.

A confissão foi em depoimento nesta segunda-feira (18) ao juiz Marcelo Bretas, da Sétima Vara Federal Criminal, o responsável pelos processos da Lava Jato no Rio.

O esquema funcionava assim: a empresa de Werneck dava ajuda mas, ao invés de Cabral receber, eram feitos repasses a empresas da ex-mulher, do irmão e do ex-assessor por meio de contratos fictícios.

No total, mais de R$ 5 milhões teriam sido movimentados dessa forma.

Cabral classificou essas atitudes como o lado B da sua vida pública, que seria vinculado ao caixa 2, mas não à propina.

O depoimento desta segunda-feira faz parte do processo da Operação Rio 40 Graus, desdobramento da Lava Jato no Rio. Na operação, deflagrada em agosto deste ano, pelo menos dez pessoas foram presas, suspeitas de envolvimento com esquema de corrupção nas obras do BRT Transcarioca.

Cabral se emocionou ao lembrar dos 13 meses de prisão e que vai passar o Natal longe dos filhos.

Ouça a edição completa do Repórter Nacional no player abaixo:

 

Carlos Miranda, ex-assessor de Cabral que virou delator, informou no depoimento que os repasses à ex-mulher de Cabral eram de cerca de R$ 100 mil mensais. E também admitiu que recebeu cerca de R$ 200 mil e que o empresário pagou mais de R$ 1 milhão para reformar o sítio dele, tudo a pedido de Cabral. 

O empresário Flávio Werneck confirmou que os recursos eram, sim, propinas. Ele calcula que tenha pago de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões em repasses ilegais.

Susana Neves Cabral negou saber que os valores que recebeu fossem dinheiro de propina e disse que não tinha motivo para desconfiar do ex-marido. Ela ainda negou que tivesse recebido R$ 100 mil por mês.

 

Criado em 19/12/2017 - 10:36

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