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Delatores se contradizem sobre suposta propina para campanha eleitoral

Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa ficaram frente a frente nessa

O doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa ficaram frente a frente nessa terça-feira durante acareação na CPI da Câmara dos Deputados que investiga fraudes nos contratos da estatal.

 

Os dois estão entre os principais delatores da Operação Lava Jato. O objetivo da acareação era esclarecer as contradições entre depoimentos dos dois. Youssef negou ter participado do pagamento de propinas para campanha da presidenta Dilma Rousseff em 2010.

 

"Eu não conheço o Palocci e ninguém fez nenhum pedido a mim para que pudesse arrebanhar recurso para a campanha da presidenta Dilma no ano de 2010."

 

Mas a versão contada por Paulo Roberto Costa é diferente.

 

"Esse assunto me veio através do Alberto Youssef e eu autorizei repassar os dois milhões que eram de cota do PT para a campanha de 2010".

 

Antes de ir à CPI, Youssef conseguiu um habeas corpus do Supremo para ter o direito de ficar calado. Mas ele respondeu a algumas perguntas. O doleiro confirmou o depoimento de Júlio Camargo, que teria pago propina para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, do PMDB. Cunha nega.

 

No começo da sessão, Youssef não quis falar sobre quais seriam os deputados que o teriam intimidado a mando de Cunha, segundo havia denunciado.

 

Mas depois de ser pressionado pelo deputado Celso Pansera, do PMDB, Youssef quebrou o silêncio e acusou o próprio deputado Celso Pansera.

 

"Olha, é vossa excelência, vossa excelência. Vossa excelência sabe que minhas filhas nunca foram investigadas, ou tiveram contas fantasmas, ou tiveram propriedades em nome, mas vossa excelência insiste nisso. Vossa excelência insiste em me intimidar, vossa excelência insiste em desvirtuar a situação. Eu estou aqui para elucidar situações de envolvimento com a Petrobras. Não da minha família. Minha família nunca esteve envolvida nisso."

 

O deputado Pansera disse que se sentiu ameaçado por Youssef.

 

"Eu não vou me defender porque não tem necessidade. Eu só quero dizer que eu me senti ameaçado. Eu vivo como cidadão comum e me considero ameaçado por um bandido que já está inclusive condenado."

 

Os deputados da oposição pressionaram os delatores para saber se Dilma e Lula tinham conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras. Paulo Roberto Costa não soube dizer se eles tinham conhecimento. Alberto Yusseff não afirmou, mas pelo que escutava, disse ter a impressão que o Planalto saberia dos desvios na Petrobras.

 

O deputado Afonso Florence, do PT, rebateu a acusação da oposição contra Dilma e Lula.

 

"Um dos delatores disse que supõe e o outro disse que não tem conhecimento. E deputados de oposição concluíram o oposto ao óbvio."

 

Yousseff ainda confirmou que ouviu do ex-deputado José Janene, já falecido, de que ele teria pago propina para o senador Aécio Neves, do PSDB, referente ao escândalo de Furnas. E que teria pago R$ 10 milhões a Sérgio Guerra, ex-presidente do PSDB, também falecido, para abafar uma CPI da estatal no Congresso.

 

O deputado do PSDB, Izalci Lucas, ressaltou que os delatores precisam provar as acusações.

 

"Com relação à questão do Aécio, o que foi mencionado é que ele ouviu dizer que o Janene teria comentado com ele. Não tem prova nenhuma, até porque o Janene já morreu, e agora fica essa discussão".

 

O doleiro Alberto Youssef cumpre pena de nove anos e dois meses na Polícia Federal de Curitiba,  por lavagem de dinheiro.

 

E o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa,  condenado a 7 anos por  organização criminosa e lavagem de dinheiro, cumpre a pena em prisão domiciliar no Rio de Janeiro.

 

O Repórter Brasil destaca, ainda:

 

- Rosseto nega que corte de ministérios agrave relação com aliados.

- Planejamento diz que venda de imóveis públicos é uma das medidas que mais vai gerar economia.

- Janot enfrenta hoje sabatina de senadores.

- Camponeses torturados durante a Guerrilha do Araguaia vão ser indenizados.



Criado em 26/08/2015 - 12:00 e atualizado em 26/08/2015 - 15:12