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Prêmio Nobel da Física 2020 sai para três pesquisadores

Armando Bernui, físico e pesquisador do Observatório Nacional (RJ), ajuda o ouvinte a entender a relevância dessa conquista

Revista Rio

No AR em 08/10/2020 - 00:41

Três pesquisadores conquistaram, na terça-feira (06), o Prêmio Nobel de Física 2020, pelos estudos sobre buracos negros, realizados ao longo de décadas. Em entrevista a Dylan Araujo, Armando Bernui, físico e pesquisador do Observatório Nacional (ON), refletiu sobre a conquista e explicou um pouco sobre a relevância dos longos estudos que foram realizados.

A premiação foi dividida entre Roger Penrose, que provou a existência de buracos negros partindo da teoria da Relatividade Geral, de Albert Einstein; Reinhard Genzel e Andrea Ghez, que descobriram um objeto invisível, compacto e supermassivo no centro de nossa galáxia, o que só pode ser explicado, atualmente, como sendo um buraco negro.

Segundo informações do Observatório Nacional disponíveis na internet, o próprio Albert Einstein não acreditava que buracos negros realmente existissem. Em janeiro de 1965, dez anos após a morte de Einstein, Roger Penrose usou métodos matemáticos engenhosos para provar, no contexto da Teoria da Relatividade Geral, que os buracos negros realmente podem se formar e descreveu suas propriedades. "Os buracos negros são objetos compactos cobertos de um horizonte que esconde uma singularidade em que cessam todas as leis conhecidas da natureza, eles capturam tudo que entra no horizonte, não deixando nada escapar, nem mesmo a luz". Esse artigo inovador de Penrose ainda é considerado a contribuição mais importante para a Teoria da Relatividade Geral, desde Einstein.

Usando os maiores telescópios do mundo, Genzel e Ghez desenvolveram métodos para ver, através das densas nuvens de gás interestelar e poeira, até o centro da Via Láctea, e aprimoraram técnicas para compensar as distorções causadas pela atmosfera da Terra, construindo instrumentos exclusivos e realizando pesquisas de longo prazo. O trabalho pioneiro resultou na evidência mais convincente de um buraco negro supermassivo (2,6 milhões de massas solares) no centro da Via Láctea.

Andrea Ghez é a primeira mulher premiada neste ano e a quarta a receber o Nobel em Física, desde 1901. Antes dela, foram premiadas Marie Curie em 1903; Maria Goeppert-Mayer, em 1963; e Donna Strickland em 2018.

Ouça a entrevista com Armando Bernui clicando no player:

Criado em 08/10/2020 - 01:08

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